Nesta última quarta-feira, 7, aconteceu a partida da semifinal da Copa Africana de Nações entre República Democrática do Congo e os anfitriões Costa do Marfim. Durante a exibição dos hinos, todos os congoleses fizeram o mesmo gesto, colocando uma mão tapando a boca e a outra simulando uma arma apontada para suas cabeças. Mas, o que isso significa?
O gesto foi criado pelo atacante congolês Cédric Bakambu, na tentativa de dar visibilidade para os conflitos armados que acontecem há mais de 20 anos no país africano, além de expressar sua indignação pela falta de repercussão na mídia sobre o que está acontecendo. Na República Democrática do Congo, alguns grupos rebeldes e as forças armadas se envolveram em uma guerra que causou a morte de milhões de civis, assombrando a população, pois ninguém sabe nem quando, nem onde os ataques acontecerão.
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No Leste do RD Congo, acontece um constante combate contra o M23, uma milícia liderada pela etnia tutsi, que causou recentemente a morte de mais de 270 pessoas. A região ainda faz fronteira com a Ruanda, acusada de apoiar e fornecer armas para o grupo. Além das vítimas, os confrontos destroem cidades e famílias, deixando grande parte dos civis desabrigados.
Em 2023, a estimativa era de que pelo menos sete milhões de pessoas viviam desabrigadas na República Democrática do Congo, além de outras 42 mil que entraram para a estatística já em 2024, de acordo com a ONU. “Todo mundo vê os massacres no leste do país, mas todos estão em silêncio. Use a mesma energia que você coloca ao falar da Copa Africana de Nações para destacar o que está acontecendo conosco”, desabafou Bakambu, em suas redes sociais.
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O gesto foi até mesmo replicado por outros atletas de outros países durante os anos, na tentativa de apoiar o RD Congo, como o atacante de Senegal, Ismaila Sarr, que durante a Copa do Mundo do Catar, mostrou sua solidariedade aos acontecimentos no país da África.
* Reportagem publicada originalmente em SportBuzz.