PINTURA

50 anos sem a genialidade revolucionária do pintor espanhol Pablo Picasso

O artista deixou legado cultural inestimável; duas de suas obras foram roubadas do Masp e reencontradas dias depois em Ferraz de Vasconcelos (SP).

50 anos sem a genialidade revolucionária do espanhol Pablo Picasso
Guernica, quadro pintado em 1937 por Pablo Picasso, é considerado um dos mais importantes da história da pintura mundial (Crédito Foto: Reprodução)

Hoje (08), faz 50 anos que a genialidade do pintor espanhol Pablo Ruiz Picasso foi-se embora. Picasso nasceu em 25 de outubro de 1881, em Málaga, província da Andaluzia, Espanha. O pai, que era professor de pintura, incentivou o menino Pablo desde criança. O jovem espanhol frequentou escolas e artistas em Barcelona e Madri, com muitas experimentações e ambições.

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Aos 19 anos, a capital francesa é o sonho do jovem pintor. Ele se instala no mítico bairro de Montmartre, efervescente refúgio de artistas e boêmios.

O trabalho de Picasso é dividido por períodos. Como o azul, de 1901 a 1904, quando, impactado pelo suicídio de um amigo, Carlos Casagemas, ele mergulha em temas sombrios, retratando pessoas miseráveis, com rostos marcados pela fome e sofrimento.

Incansável artista, Picasso expandia suas conexões ao conhecer escritores, poetas, intelectuais, colecionadores, galeristas, mecenas e artistas de todos os espectros. Ele avançou para o período rosa, se inspirou na arte africana, trabalhou nos balés russos de Diaghilev e se apaixonou pela bailarina Olga Khokhlova, e acabou se casando com ela em 1918.

Em 1907, ele finaliza “As Senhoritas de Avignon”, que vai dar uma arrancada importante para o Cubismo. Como francês Georges Braque, ele iniciou o movimento cuja ideia era a decomposição de imagens em facetas múltiplas, geométricas, bidimensionais.

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Em 1925, uma nova mudança de curso e Picasso navega pelo surrealismo, com criaturas disformes, convulsivas, histéricas. O expoente máximo do surrealismo Salvador Dali, seu conterrâneo, conta, em uma entrevista de 1955, que mandou um postal para o artista, dizendo: “Meu caro Pablo, eu te agradeço porque me dou conta que você assassinou não somente a pintura acadêmica, que está morta e sepultada, como também assassinou toda a pintura moderna. Agora poderemos rever os grandes clássicos, como Rafael e Velásquez. Se Picasso não existisse, a pintura moderna iria durar ainda uns 200 anos.”

A genialidade da contestação em Picasso

Picasso usava sua arte como instrumento de engajamento. O bombardeamento de uma cidade pelos nazifascistas da dupla Hitler-Mussolini, em 1937, durante a Guerra Civil Espanhola, indignou tanto o artista que ele criou uma de suas obras mais marcantes: “Guernica”. O mural simboliza o horror da guerra e o sofrimento da população. No mesmo ano, Picasso pede a naturalização francesa, que lhe é recusada. O artista continuou a viver na França, mas como diria em entrevista de 1955, “era um acaso, sem nenhuma razão especial”.

Picasso passou a Segunda Guerra Mundial em Paris, durante a ocupação nazista. Os serviços de segurança o ficharam como “anarquista”.

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Em 1949, Picasso pinta “Pomba da Paz”, que se torna um forte símbolo antibélico internacional. Além da pintura, Picasso também fez esculturas, cerâmicas e gravuras. Os detratores de Picasso apontam justamente que a produção do artista era excessiva.

O pintor espanhol morreu em 8 de abril de 1973, de uma crise cardíaca, no sul da França, deixando um fabuloso legado artístico e uma história de tragédias familiares e brigas pela herança do artista, que não deixou testamento.

Em 2015, o quadro “Mulheres de Argel” (1955) quebrou um recorde ao ser vendido por quase US$ 180 milhões. Durante algum tempo foi a obra mais cara do mundo, até ser desbancada por “Salvatore Mundi”, de Leonardo da Vinci, vendida por US$ 450 milhões a um príncipe saudita.

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Obras de Pablo Picasso em Ferraz de Vasconcelos

No dia 20 de dezembro de 2007, dois quadros foram roubados do Museu de Arte de São Paulo (Masp) durante a madrugada, em menos de cinco minutos, segundo os registros da segurança da instituição. Um era “O Lavrador de Café”, de Cândido Portinari, e “Retrato de Suzanne Bloch”, de Picasso. As obras foram reencontradas pouco mais de duas semanas depois, em Ferraz de Vasconcelos, cidade da Região Metropolitana de São Paulo.

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