Hoje (08), faz 50 anos que a genialidade do pintor espanhol Pablo Ruiz Picasso foi-se embora. Picasso nasceu em 25 de outubro de 1881, em Málaga, província da Andaluzia, Espanha. O pai, que era professor de pintura, incentivou o menino Pablo desde criança. O jovem espanhol frequentou escolas e artistas em Barcelona e Madri, com muitas experimentações e ambições.
Aos 19 anos, a capital francesa é o sonho do jovem pintor. Ele se instala no mítico bairro de Montmartre, efervescente refúgio de artistas e boêmios.
O trabalho de Picasso é dividido por períodos. Como o azul, de 1901 a 1904, quando, impactado pelo suicídio de um amigo, Carlos Casagemas, ele mergulha em temas sombrios, retratando pessoas miseráveis, com rostos marcados pela fome e sofrimento.
Incansável artista, Picasso expandia suas conexões ao conhecer escritores, poetas, intelectuais, colecionadores, galeristas, mecenas e artistas de todos os espectros. Ele avançou para o período rosa, se inspirou na arte africana, trabalhou nos balés russos de Diaghilev e se apaixonou pela bailarina Olga Khokhlova, e acabou se casando com ela em 1918.
Em 1907, ele finaliza “As Senhoritas de Avignon”, que vai dar uma arrancada importante para o Cubismo. Como francês Georges Braque, ele iniciou o movimento cuja ideia era a decomposição de imagens em facetas múltiplas, geométricas, bidimensionais.
Em 1925, uma nova mudança de curso e Picasso navega pelo surrealismo, com criaturas disformes, convulsivas, histéricas. O expoente máximo do surrealismo Salvador Dali, seu conterrâneo, conta, em uma entrevista de 1955, que mandou um postal para o artista, dizendo: “Meu caro Pablo, eu te agradeço porque me dou conta que você assassinou não somente a pintura acadêmica, que está morta e sepultada, como também assassinou toda a pintura moderna. Agora poderemos rever os grandes clássicos, como Rafael e Velásquez. Se Picasso não existisse, a pintura moderna iria durar ainda uns 200 anos.”
A genialidade da contestação em Picasso
Picasso usava sua arte como instrumento de engajamento. O bombardeamento de uma cidade pelos nazifascistas da dupla Hitler-Mussolini, em 1937, durante a Guerra Civil Espanhola, indignou tanto o artista que ele criou uma de suas obras mais marcantes: “Guernica”. O mural simboliza o horror da guerra e o sofrimento da população. No mesmo ano, Picasso pede a naturalização francesa, que lhe é recusada. O artista continuou a viver na França, mas como diria em entrevista de 1955, “era um acaso, sem nenhuma razão especial”.
Picasso passou a Segunda Guerra Mundial em Paris, durante a ocupação nazista. Os serviços de segurança o ficharam como “anarquista”.
Em 1949, Picasso pinta “Pomba da Paz”, que se torna um forte símbolo antibélico internacional. Além da pintura, Picasso também fez esculturas, cerâmicas e gravuras. Os detratores de Picasso apontam justamente que a produção do artista era excessiva.
O pintor espanhol morreu em 8 de abril de 1973, de uma crise cardíaca, no sul da França, deixando um fabuloso legado artístico e uma história de tragédias familiares e brigas pela herança do artista, que não deixou testamento.
Em 2015, o quadro “Mulheres de Argel” (1955) quebrou um recorde ao ser vendido por quase US$ 180 milhões. Durante algum tempo foi a obra mais cara do mundo, até ser desbancada por “Salvatore Mundi”, de Leonardo da Vinci, vendida por US$ 450 milhões a um príncipe saudita.
Obras de Pablo Picasso em Ferraz de Vasconcelos
No dia 20 de dezembro de 2007, dois quadros foram roubados do Museu de Arte de São Paulo (Masp) durante a madrugada, em menos de cinco minutos, segundo os registros da segurança da instituição. Um era “O Lavrador de Café”, de Cândido Portinari, e “Retrato de Suzanne Bloch”, de Picasso. As obras foram reencontradas pouco mais de duas semanas depois, em Ferraz de Vasconcelos, cidade da Região Metropolitana de São Paulo.
Retrato de Paul Éluard, 1937 – Pablo Picasso pic.twitter.com/2TcSyQ1heJ
— Arte y libros. (@Arteymas_) April 8, 2023