economia em declínio

69,8% dos argentinos acreditam que o país está pior com Milei na presidência, diz pesquisa

Principal indicador de oposição ao presidente foram perguntas sobre o futuro da economia do país

pesquisa
A pesquisa, realizado entre 7 e 9 de março – Crédito: Reprodução/ Cedoc Perfil

Uma nova pesquisa mostrou resultados negativos para Javier Milei e seu governo, com perspectivas desfavoráveis sobre o presidente na data em que completou 100 dias no poder. A maioria da população argentina acredita que a situação do país será pior ou igual a hoje, e que a nova gestão tem mais responsabilidade nisso do que a anterior, a Frente de Todos. Enquanto isso, a imagem positiva do presidente continua a declinar.

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O estudo

O levantamento de opinião pública foi realizado pela empresa Zubán Córdoba y Asociados, com base em 1.500 casos e margem de erro de 2,53. A pesquisa, realizado entre 7 e 9 de março, mostra que o presidente tem uma imagem negativa para 57,3% da população, enquanto as avaliações positivas caíram para 42,3%.

Esses dados se correlacionam com outros indicadores medidos pela pesquisa. Entre eles, o de que 42,4% dos questionados acreditam que o governo está indo na direção certa. A faixa caiu bastante desde dezembro passado, quando estava em torno de 54% de aprovação. Por outro lado, 55,4% acreditam que está indo na direção certa, número que, no mês da inauguração de Milei, correspondia a 54,3%.

A aprovação do governo nacional também não tem saldo positivo. Segundo a pesquisa realizada nos primeiros dias do mês, 57,3% das pessoas que responderam desaprovam a gestão, enquanto 42,7% a aprovam.

Expectativas são econômicas fracas, segundo pesquisa

Talvez o dado que mais explique o desempenho do presidente argentino sejam as expectativas econômicas. A consultora perguntou aos participantes sua opinião sobre a situação econômica a nível pessoal e nacional daqui a um ano. Os resultados apontam que a maioria espera uma situação ruim ou tão ruim quanto é agora no país. Entretanto, essa percentagem é menor quando a questão foi sobre o pessoal.

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34,7% pensam que o país ficará bom, 2,6% acreditam que será “igualmente bom” enquanto 45,1% sustentam que será ruim ou igualmente ruim (13,7%).

No âmbito pessoal, 36,5% pensam que o futuro próximo vai ser ruim; 14,6% que será igualmente ruim e, por outro lado, 32,7% manifestaram que a situação vai ficar boa. 8,7% disseram que estará igualmente boa.

Quando o estudo abordou a situação individual, descobriu que 69,8% dos participantes acreditam que a Argentina piorou quando Milei assumiu a posse. Ao mesmo tempo, 24,7% dizem que está igual e 5,4% sentem que melhorou.

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Maioria culpa Milei pela economia

O relatório mostra também que, atualmente, mais pessoas responsabilizam o governo vigente pela má situação econômica em comparação com a gestão anterior: 51,7% culpa a chapa Milei-Caputo, e 46% atribui à dupla Fernández-Massa.

Mais de um terço dos participantes discordaram que “a política está pagando o preço pelo ajuste”. Em realidade, 88,5% disseram que “todos estão pagando”.

Outro assunto do estudo são as mudanças de hábitos causados pela posse de Milei. 26% afirmaram que pararam de comer fora e 24,8% fizeram cortes em assinaturas, medicamento, contas pré-pagas, entre outros. Por fim 17,4% deixaram de ir ao cinema ou shows; 11% pararam de comprar roupas novas e 11% não conseguem mais economizar dinheiro.

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Pesquisa completa

O trabalho mostra ainda que, desde a posse de Milei, o aumento dos custos com pagamento de serviços lidera a destinação de renda pessoal e familiar. Em seguida, temos meios de transporte, alimentação diária, assinaturas de streaming, remédios pré-pagos e educação.

“Não sei mais o que ajustar para sobreviver”. Essa frase foi escolhida pela consultora para retratar um estado de espírito que muitos expressam hoje em dia no país. Na pesquisa, 69% concordaram, enquanto 27% manifestaram discordância. 4% não souberam responder.

O medo de ficar sem trabalho também prevalece: 53,8% se identificaram com o receio, enquanto 35,2% se afastaram do sentimento.

Conclusões

Durante a análise da informação, a consultoria sugere que o novo governo tem tido uma abordagem puramente macroeconômica desde a sua tomada de posse, “em que as células de um Excel permanecem verdes no final do mês”. No entanto, o estudo de Paola Zubán e Gustavo Córdoba diz que “a dimensão da microeconomia parece ser desconhecida para os principais porta-vozes do governo, que podem facilmente explicar a importância do excedente fiscal, mas hesitam se algum jornalista perguntar sobre isso”.

Segundo a empresa, “não há dinheiro” é um slogan útil para explicar os ajustes de política, “mas parece cruel quando é a a razão pela qual os funcionários aposentados perderam tanto nos últimos meses”, segundo o documento. “É nessa dimensão da microeconomia que o governo começa a mostrar os seus limites mais definidos”, observou.

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