A advogada brasileira Juliana Souza foi recentemente reconhecida como uma das personalidades afrodescendentes mais influentes do mundo, recebendo o prestigiado prêmio “Mipad”. Este reconhecimento, apoiado pela ONU, ocorreu em uma cerimônia realizada em Nova York nesta sexta-feira, 27.
Com 33 anos de idade, Juliana foi indicada na categoria de pessoas com menos de 40 anos. Como fundadora do Instituto Desvelando Oris, ela trabalha ativamente na promoção da equidade racial e de gênero, destacando-se como uma voz importante na luta contra o racismo no Brasil.
Ao receber o prêmio em Nova York, Juliana Souza expressou profunda emoção e gratidão, afirmando que estava realizando um sonho de infância. “A Juliana de 25 anos atrás sonhou com isso, mas era algo muito difícil de ser realizado. Mas com resiliência, com oportunidades, com acesso à educação de qualidade, uma educação emancipadora, eu tenho a oportunidade de estar aqui”, disse ela ao g1.
Juliana também destacou que este reconhecimento é coletivo, representando uma vitória para muitas meninas e mulheres negras que se veem refletidas em seu trabalho. “Esse prêmio é da minha dinastia de trabalhadoras domésticas, das mulheres que são minhas heroínas, e da minha mãe”, afirmou emocionada.
O que é o prêmio Mipad que a advogada ganhou?
Mipad, que significa “Most Influential People of African Descent” (Pessoas Afrodescendentes Mais Influentes), visa reconhecer afrodescendentes que se destacam em diversas áreas, tanto no setor público quanto no privado. Entre os laureados anteriores estão celebridades como a cantora Beyoncé e o piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton.
A iniciativa está alinhada com a Década Internacional de Afrodescendentes, uma campanha da Assembleia Geral das Nações Unidas para a promoção e proteção dos direitos humanos deste grupo. A premiação busca destacar pessoas que, através de suas ações, contribuem significativamente para a causa da equidade racial.
Um caso de repercussão na mídia: racismo contra a filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank
Em um caso recente, Juliana Souza também atuou na defesa de Chissomo, conhecida como Titi, filha dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, que foi vítima de ataques racistas. Em agosto, a Justiça Federal do Rio de Janeiro condenou a influenciadora Dayane Alcântara a oito anos de prisão por injúria racial e racismo contra a menina.
O casal Gagliasso-Ewbank considerou a decisão histórica. “Essa é a primeira vez que, em resposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado. Sim, estamos em 2024 e essa ainda é a primeira vez. Apesar de tardio, é histórico”, comentaram nas redes sociais.
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