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China critica restrições de Covid-19 a viajantes chineses

Com aumento dos casos França, Canadá e EUA estão exigindo teste de Covid-19 para viajantes chineses.

China critica restrições de Covid-19 a viajantes chineses
(crédito: Betsy Joles/ Getty Images)

O governo chinês criticou as crescentes restrições internacionais aos viajantes de seu território, após alguns países como França, Canadá e EUA exigirem teste de Covid-19 negativos antes de entrarem nestes países. Em uma declaração pública, a China chamou as medidas de “inaceitáveis”.

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O aumento acentuado de infecções na China ocorre depois que Pequim suspendeu  suas políticas de zero Covid-19 em dezembro, levando hospitais e crematórios a ficarem rapidamente sobrecarregados.

“Alguns países adotaram restrições de entrada visando apenas viajantes chineses”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning. “Isso precisa de base científica e algumas práticas são inaceitáveis”, acrescentou ela, alertando que a China poderia “tomar contramedidas com base no princípio da reciprocidade”.

Questionada sobre a reação da China, a a primeira-ministra da França, Elisabeth Borne, defendeu as novas regras. “Acho que estamos cumprindo nosso dever ao pedir exames, vamos continuar a fazer os testes.” disse ela.

As regras impostas afetam todos os viajantes vindos da China, não apenas os cidadãos chineses, enquanto Pequim continua a restringir a entrada de visitantes e a não emitir vistos para turistas ou estudantes internacionais.

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Países como os EUA também citaram a falta de transparência de Pequim sobre os dados de infecção e o risco de novas variantes como motivo para restringir os viajantes.

A China registrou apenas 22 mortes por Covid-19 desde dezembro e reduziu drasticamente os critérios para classificar essas mortes, o que significa que as próprias estatísticas de Pequim sobre a onda sem precedentes agora são amplamente vistas como não refletindo a realidade.

Surto em Xangai

Um médico sênior de um dos principais hospitais de Xangai disse que 70% da população da megacidade pode ter sido infectada com o Covid-19, informou a mídia estatal nesta terça-feira (03).

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Chen Erzhen, vice-presidente do Hospital Ruijin e membro do painel consultivo de especialistas em Covid-19 de Xangai, estimou que a maioria dos 25 milhões de habitantes da cidade pode ter sido infectada.

“Agora, a propagação da epidemia em Xangai é muito ampla e pode ter atingido 70% da população, o que é 20 a 30 vezes mais do que ano passado”, disse ele ao Jiangdong Studio, propriedade do Partido Comunista.

Em outras grandes cidades como Tianjin, Chongqing e Guangzhou, as autoridades de saúde chinesas sugeriram que a onda já atingiu o pico.

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Preocupações também foram levantadas acerca do crescimento econômico de curto prazo da China, causando volatilidade nos mercados financeiros globais. Dados divulgados recentemente mostraram queda na atividade industrial do país em dezembro.

Mês passado, as remessas da fábrica de iPhone da Foxconn em Zhengzhou, foram interrompidas por saídas de trabalhadores em meio a um surto de Covid-19.

Um surto de infecções na China nos próximos meses provavelmente prejudicará sua economia em 2023 e reduzirá o crescimento global, disse a chefe do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva. “A China está entrando nas semanas mais perigosas da pandemia”, alertaram os analistas da Capital Economics.

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