Durante discurso de chanceler da Rússia na ONU, diplomatas deixam sala

Os representantes de cerca de 40 países ocidentais e aliados, incluindo o Japão, como uma forma de protesto, fizeram um ato contra a invasão da Rússia à Ucrânia; Brasil, China, Síria e Venezuela permaneceram no local

Durante discurso de chanceler da Rússia na ONU, diplomatas deixam sala
De acordo com o chanceler russo, membros da União Europeia teriam feito uma espécie de “bloqueio aéreo” (Créditos: Eduardo Munoz – Pool/Getty Images)

Durante discurso do ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em uma Conferência sobre o Desarmamento da ONU, em Genebra, na Suíça, nesta terça-feira (1), mais de 100 diplomatas em um boicote organizado, levantaram e deixaram a sala. Os representantes de cerca de 40 países ocidentais e aliados, incluindo o Japão, como uma forma de protesto, fizeram um ato contra a invasão da Rússia à Ucrânia.

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Algumas delegações se mantiveram no lugar como, Brasil, China, Síria e Venezuela para ouvir o discurso de Lavrov feito por videoconferência. De acordo com o chanceler russo, membros da União Europeia teriam feito uma espécie de “bloqueio aéreo” a seu trajeto à sede da ONU. Também houve imposição de sanções econômicas à Lavrov na segunda-feira (28) por parte da Suíça.

Cuba defende Rússia

Poucos países estão aliados a Vladimir Putin neste momento, Cuba condenou nesta terça-feira (28) a ONU as sanções aplicadas À Rússia e acusou a Otan de agir com “hipocrisia” na condução da guerra da Ucrânia.

O embaixador cubano na ONU (Organização das Nações Unidas), Pedro Luis Pedroso Cuesta, disse que os Estados Unidos que mantém um embargo a Cuba há décadas, conduziu ações militares em inúmero países nas últimas décadas, e que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) participou da Guerra do Kosovo, quando os países integrantes da aliança militar atacaram a antiga Iugoslávia.

“Cuba rejeita essa hipocrisia e esse duplo padrão na postura da Otan. Em 1999, houve uma agressão à Iugoslávia e os países da Europa não evitaram a grande perda de vidas por razões geopolíticas. Os Estados Unidos usaram a força em várias ocasiões em países soberanos para alterar regimes, interferindo na política interna de outros países”, disse Cuesta.

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O que disse o Brasil na Assembleia-Geral?

O Brasil tentou evitar criticar diretamente a Rússia pela invasão na Ucrânia, porém, disse que as preocupações do país com sua segurança não justificam uma ação militar. A condenação, ainda em tom mais “fraco” do que os outros países que discursaram na assembleia, vai de encontro ao posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (PL), que durante sua visita ao Kremlin disse ser “solidário” à Rússia, e reafirmou a posição de neutralidade do Brasil no conflito.

No início do discurso, a representação do Brasil destacou que as preocupações da Rússia com sua segurança por conta da expansão da Otan foram tratadas com “descrédito”, mas condenou a invasão.

“Nos últimos anos, temos visto uma deterioração progressiva da situação de segurança e do balanço de poder na Europa Oriental. O enfraquecimento dos Acordos de Minsk por todas as partes e o descrédito das preocupações com a segurança vocalizadas pela Rússia prepararam o terreno para a crise que estamos vendo. Deixe-me ser claro, no entanto: esta situação não justifica o uso da força contra o território de um estado membro”, disse o embaixador Ronaldo Costa Filho na tribuna da ONU.

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