A ILHA

‘É impossível que a China comunista se torne nossa pátria’, diz líder de Taiwan

Essa declaração vem como uma resposta à longa reivindicação do Partido Comunista Chinês (PCC) de “reunificar” a ilha à China continental

'É impossível que a China comunista se torne nossa pátria', diz líder de Taiwan
Lai Ching-te (3º à esq.) é presidente de Taiwan – Crédito: Reprodução/X

O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, destacou uma questão nevrálgica em um discurso recente que abordou a complexa relação entre o seu país e a China comunista.

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Em um momento cuidadosamente escolhido, Lai afirmou que é “absolutamente impossível que a China comunista se torne a pátria mãe de Taiwan” devido à história única e independente da ilha. Essa declaração vem em resposta à longa reivindicação do Partido Comunista Chinês (PCC) de “reunificar” Taiwan à China continental.

A República da China  (Taiwan) e sua luta pela soberania

A história de Taiwan é marcada por um curso distinto. A República da China (ROC) foi fundada em 1912 após a queda da última dinastia imperial da China – a dinastia Qing. Taiwan, na época, era uma colônia japonesa (situação que perdurou até 1945), quando passou a ser controlada pela ROC após a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. Essa trajetória única de governo serve como base das reivindicações de soberania da ilha frente à interferência chinesa.

Lai Ching-te, presidente de Taiwan desde maio de 2024, enfrenta uma constante tensão com Pequim por sua defesa veemente da independência de Taiwan. O Partido Comunista Chinês nunca controlou de fato a ilha, mas promete usar a força, se necessário, para garantir a “reunificação”. Este objetivo é amplamente rejeitado por grande parte da população de Taiwan que se identifica como taiwanesa, não chinesa.

Nos últimos anos, Xi Jinping intensificou a pressão sobre Taiwan, aumentando a retórica agressiva e as ações militares ao redor da ilha. Neste cenário, Lai ressalta a importância da história e das raízes políticas distintas de Taiwan como um argumento para sustentar a soberania e a independência da ilha.

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Por que Taiwan não aceita a reunificação com a China?

As raízes históricas e políticas de Taiwan são centrais para seu argumento de independência. Após ter sido gerida pela dinastia Qing, passou por um período de colonização japonesa e, mais tarde, tornou-se um bastião da República da China após o governo nacionalista se refugiar na ilha em 1949, fugindo das forças comunistas de Mao Tsé-Tung.

Essa sequência de eventos moldou a identidade e a estrutura governamental de Taiwan, que funcionou de maneira separada e autônoma da China continental desde então. Para muitos taiwaneses, essa história independente é motivo de orgulho e razão essencial para resistir às pretensões de reunificação com Pequim.

Posição do governo chinês sobre Taiwan

Nos círculos do governo chinês, Taiwan é considerada uma parte inalienável da China. Desde a fundação da República Popular da China (RPC) em 1949, sucessivos líderes chineses prometeram retomar o controle da ilha. Em discursos recentes, Xi Jinping afirmou que a reunificação é inevitável, chamando Taiwan de “território sagrado da China” e enfatizando laços de sangue e cultura como justificativas para a reunificação.

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3/ The People’s Republic of China (PRC) flew 32 military aircraft over the Taiwan Strait median line while ROC President Lai Ching-te was in Kinmen County to commemorate the Second Taiwan Strait Crisis.

— Institute for the Study of War (@thestudyofwar.bsky.social) 30 de agosto de 2024 13:00

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