O ex-primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, declarou vitória de seu partido político nas eleições nacionais. Embora a Liga Islâmica Nawaz do Paquistão tenha conquistado 69 assentos no parlamento, Sharif afirma que, com coalizões com outros partidos, irá alcançar os 169 necessários para formar um governo.
O partido de Sharif não foi o maior vencedor de assentos nas eleições. Nesse sentido, candidatos independentes, dos quais a maioria se alinham com o partido Tehreek-e-Insaf (PTI), do político Imran Khan, atualmente preso, conquistaram 98.
Nawaz Sharif tem o apoio dos militares, que no momento controlam o país. Em 2022, Imran Khan acusou o exército do país de destituí-lo ilegalmente do poder, o que gerou protestos ao redor da nação.
Por meio de sua conta no X, Khan, curiosamente, também declarou a vitória das eleições. Como está preso, ele vem utilizando inteligência artificial para comunicar-se. “Vocês mantiveram minha confiança e seu resultado massivo surpreendeu todo mundo”. O político ainda pediu para os eleitores “mostrarem força para proteger seus votos”.
Chairman Imran Khan’s victory speech (AI version) after an unprecedented fightback from the nation that resulted in PTI’s landslide victory in General Elections 2024. pic.twitter.com/Z6GiLwCVCR
— Imran Khan (@ImranKhanPTI) February 9, 2024
Violência e adulteração
O Paquistão passa por um turbulento momento em sua história. Desde alta inflação até crises climáticas, os habitantes do país asiático não veem um grande futuro.
Com isso, há uma escalada de violência. Só em 2023, cerca de mil pessoas morreram em ataques terroristas no território da nação. Com as eleições, os atentados políticos assumiram o papel principal.
No fim de janeiro, um candidato independente afiliado ao partido de Khan foi baleado em uma tentativa de assassinato. O Estado Islâmico de Khorasan assumiu responsabilidade pelo ataque.
Nesse meio tempo, uma explosão matou quatro pessoas e feriu outras cinco em um evento do PTI. Casas e escritórios de diversos candidatos candidatos também já sofreram ataques.
Similarmente, autoridades internacionais alertam para a possibilidade de adulteração nos resultados do pleito. Nesse sentido, os EUA apontaram a necessidade de uma investigação sobre as “alegações de interferência ou fraude”, assim como a “indevida restrição das liberdades expressão, associação e reuniões pacíficas”.
Por outro lado, o Ministério de Relações Internacionais do Paquistão respondeu as acusações, afirmando que as declarações “ignoram o inegável fato de que o Paquistão realizou eleições pacíficas e bem-sucedidas”.