Mais de 330 pessoas já morreram no Afeganistão em decorrência de enchentes em áreas populosas. A última onda de chuvas deixou mais 50 pessoas mortas, de acordo com o comunicado de um oficial feito neste sábado (18).
Mawlawi Abdul Hai Zaem é chefe do departamento de Informação da província central de Ghor, e, em entrevista à Reuters, disse que ainda não se sabe o número de feridos. O período de chuvas começou nesta sexta-feira (17), e as principais estradas da região estão bloqueadas. Isso dificulta os esforços de resgate e auxílios aos afetados.
Além de Ghor, o norte e o nordeste do Afeganistão foram assolados pelos eventos climáticos. As províncias de Baghlan, Takhar e Badakhshan são as mais afetadas. O oeste do país também está sofrendo com as enchentes. Segundo o escritório do Programa Mundial de Alimentos, que distribui mantimentos aos sobreviventes, os cidadãos estão lidando com casas destruídas, pessoas desabrigadas e deslocadas internamente. A situação dificulta o acesso a estabelecimentos essenciais como abastecimento de água e instalações de saúde.
O Afeganistão vem enfrentando chuvas intensas desde abril, quando ao menos 70 pessoas morreram por causa das inundações. Conforme as autoridades locais, aproximadamente duas mil casas, três mesquitas e quatro escolas foram destruídas. Além disso, o Ministério dos Refugiados, que é controlado pelo Talibã, alertou para a quantidade de gado exterminado.
Richard Bennett, relator especial da ONU sobre direitos humanos no Afeganistão, escreveu no X sobre a necessidade de auxílio humanitário e ações climáticas diante de tanta destruição.
Harrowing images of flood’s human toll & destruction in #Afghanistan. Beyond search & rescue, ongoing support needed to restore lives & livelihoods. I urge donors to provide more funds for humanit support but also much needed #ClimateAction to leave no one behind in Afghanistan. https://t.co/ysz6VfpxmM
— UN Special Rapporteur Richard Bennett (@SR_Afghanistan) May 18, 2024