Na manhã desta quinta-feira (23), as Forças Armadas da China (ELP) deram início a uma série de exercícios militares que devem durar dois dias nos arredores de Taiwan. Segundo o porta-voz do governo chinês, Li Xi, a ação faz parte de “uma forte punição pelos atos separatistas das forças de ‘independência de Taiwan’ e um severo aviso contra interferências e provocações de forças externas”.
A declaração de Xi é uma resposta ao discurso de Lai Chiang-te, novo líder de Taiwan, em sua posse nesta segunda-feira (20). O taiwanês declarou que não existe uma relação de subordinação entre a República da China (nome oficial de Taiwan) e a República Popular da China.
Além disso, Chiang-te afirmou que mediante apoio internacional, é claro que “Taiwan é um país que pertence ao mundo”. Vale destacar que esse discurso de “independência” vai contra a posição de Pequim, que afirma que China continental e Taiwan fazem parte de uma única China.
Nesse sentido, os exercícios militares também são vistos como uma maneira de punição. Wang Wenbin, porta-voz da diplomacia chinesa, disse que o objetivo da ação é “salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial”. Ainda, o governo divulgou um mapa da operação nas plataformas chinesas WeChat e Weibo.
#BREAKING: China has completely surrounded Taiwan in all directions.
China currently has over 30 ships and 40+ fighter jets active in training.
—Current Report pic.twitter.com/a4R2RRTbaj— War Intel (@warintel4u) May 23, 2024
A operação no entorno taiwanês
Os exercícios, iniciados às 7h45 locais, acontecem no estreito de Taiwan e ao norte, sul e leste da ilha, incluindo pequenas ilhas mais próximas do continente.
A operação conta com a participação do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e da força de foguetes do Comando do Teatro Oriental do ELP. Por fim, de acordo com o porta-voz do ELP, os exercícios incluem combate marítimo-aéreo, reconhecimento do campo de batalha e ataques de precisão a alvos estratégicos.
Enquanto isso, à rede chinesa CCTV, Zhang Shi, professor da Escola Nacional de Defesa associada ao ELP, afirmou que a operação é um preparatório para um possível bloqueio da ilha.
A resposta de Taiwan mediante os exercícios militares
De acordo com a CNA, agência de notícias de Taiwan, o porta-voz do presidente declarou que se lamenta a “provocação militar unilateral da China, ameaçando a democracia e a liberdade de Taiwan e a paz e estabilidade regionais”.
O Ministério da Defesa ainda afirmou que a operação é deplorável e uma “provocação irracional”.
Além disso, o porta-voz acrescentou que as forças militares de Taiwan “têm a capacidade de proteger a segurança nacional” e que permanecerão firmes na defesa da democracia contra ameaças externas.
* Sob supervisão de Lilian Coelho