Em meio a tensões sociais, a França enfrenta nesta terça-feira (18) uma greve geral com paralisações em setores-chave da sociedade, como da educação, transporte e coleta de lixo. Os trabalhadores protestam pela alta dos preços e pedem pelo aumento de salários.
A convocação para a greve desta terça-feira foi feita pelos quatro maiores sindicatos franceses: CGT, FO, FSU e Solidaires. No domingo (16), cerca de 140 cidades francesas já haviam anunciado manifestações. Elas foram impulsionadas pelas greves nas refinarias de petróleo da TotalEnergies e da americana Esso-Exxo-Mobile, que já duram mais de três semanas.
O ato visa pressionar o governo francês por aumentos salariais que acompanhem a inflação. “Pedimos um salário mínimo de € 2.000 (US$ 1.970), o que equivale a um aumento de € 300 (US$ 295)”, disse o secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, na rádio RTL.
Os sindicatos e organizações estudantis que convocaram a greve também se opõem à decisão do governo de forçar o retorno ao trabalho de funcionários das unidades de refinaria de petróleo, um movimento visto como uma violação de seus direitos constitucionais.
Na segunda-feira (18), o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que as greves eram “inaceitáveis e ilegítimas”, porque os acordos salariais foram cumpridos com a maioria dos trabalhadores. “O tempo para as negociações já passou”, afirmou.
Já o presidente francês, Emmanuel Macron, declarou que seu desejo é de solucionar “o mais rápido possível” os protestos. Em meio à crise, o executivo prepara-se para recorrer a um polêmico decreto parlamentar para aprovar o orçamento para 2023 sem a necessária votação da Assembleia Nacional (Câmara dos Deputados).