
O grupo Hamas informou nesta sexta-feira (14) que aceitou retomar as negociações para a segunda fase do acordo de cessar-fogo com Israel. A decisão foi tomada após receber uma nova proposta dos mediadores do conflito.
Além da retomada das conversas, o grupo afirmou que libertará Edan Alexander, refém israelense-americano, e entregará os corpos de outros quatro reféns mortos. No entanto, não especificou quando isso ocorrerá.
O que muda com a nova posição do Hamas?
“Ontem (quinta-feira), a delegação do Hamas recebeu uma proposta dos mediadores para retomar as negociações. De forma responsável, o movimento respondeu positivamente e entregou sua resposta nesta manhã, indicando seu acordo com a libertação do soldado israelense Edan Alexander, que possui cidadania americana, além dos corpos de outros quatro com dupla cidadania“, disse o Hamas em comunicado.
Um dirigente do grupo afirmou à agência de notícias AFP que os quatro corpos pertencem a reféns que também possuíam nacionalidade israelense-americana.
No último dia 6 de março, o Hamas criticou o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por suas declarações sobre as negociações. Segundo o grupo, os comentários do americano incentivaram o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a abandonar o cessar-fogo na Faixa de Gaza e intensificar o bloqueio ao território palestino.
Em resposta enviada à agência Reuters, o porta-voz do Hamas, Abdel-Latif Al-Qanoua, afirmou: “O melhor caminho para libertar os prisioneiros israelenses restantes é Israel entrar na segunda fase e o obrigar a aderir ao acordo assinado sob o patrocínio de mediadores“.
O acordo de cessar-fogo, em vigor desde 19 de janeiro, foi negociado com a participação do enviado de Trump, junto a representantes do governo Joe Biden. O plano prevê que a libertação dos reféns restantes aconteça em uma segunda fase, enquanto se discutem os termos finais para o fim da guerra.
A primeira fase do cessar-fogo terminou em 1º de março, sem consenso sobre os próximos passos. Desde então, Israel bloqueou a entrada de ajuda humanitária em Gaza para pressionar o Hamas a aceitar um novo acordo, que inclui a libertação dos reféns sem o compromisso de encerrar a guerra.
Organizações humanitárias alertam que o bloqueio pode levar à fome a população de 2,3 milhões de palestinos que vivem na Faixa de Gaza.
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