O grupo Hamas aceitou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que apoia um plano para pôr fim à guerra na Faixa de Gaza e está pronto para negociar os detalhes, segundo uma autoridade do Hamas nesta terça-feira (11). Mediadores do Egito e do Catar confirmaram ter recebido uma resposta formal do Hamas à proposta de trégua apoiada pela ONU.
No entanto, representantes de Israel informaram à agência Reuters que o Hamas rejeitou o plano e alterou pontos fundamentais do texto. Em um comunicado conjunto, o Hamas e a Jihad Islâmica afirmaram estar dispostos a chegar a um acordo para encerrar o conflito em Gaza.
Apesar disso, há a possibilidade de o acordo não ser firmado, já que tanto Israel quanto o Hamas sugeriram ajustes ao plano para atender a seus interesses conflitantes. Uma autoridade do Hamas disse à Reuters que “a resposta [ao plano de cessar-fogo] reafirma que qualquer acordo deve acabar com a agressão sionista contra o nosso povo, retirar as forças de Israel, reconstruir a Faixa de Gaza e incluir uma troca de prisioneiros”.
O Hamas busca um novo cronograma para um cessar-fogo permanente e a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza, incluindo da cidade de Rafah, conforme informou uma autoridade à Reuters.
In Israel today, I met with @YairLapid, @GantzBe, and @Isaac_Herzog to underscore that a ceasefire agreement that secures the release of all hostages would benefit both Israelis and Palestinians. pic.twitter.com/2uT2lo9Vmz
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) June 11, 2024
O que diz o acordo entre Israel e Hamas?
O acordo é previsto para ter três fases. Na primeira delas, o plano prevê os seguintes termos:
- Cessar-fogo absoluto com duração de seis semanas;
- Retirada das forças Israel das áreas densamente povoadas da Faixa de Gaza;
- Libertação de reféns sequestrados durante o ataque do grupo terrorista Hamas, entre eles mulheres, idosos e feridos, em troca da libertação de prisioneiros palestinos detidos por Israel.
Após várias semanas trabalhando nesse acordo junto ao governo de Israel, o presidente dos EUA, Joe Biden, crê que esse acordo de cessar-fogo pode levar à libertação dos reféns que ainda estão em poder do Hamas na Faixa de Gaza e aos capítulos finais da guerra, iniciada em 7 de outubro de 2023.
O conflito já causou a morte de mais de 37 mil palestinos até o momento, entre combatentes e civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista.
A segunda fase prevê a:
- Libertação dos demais reféns, entre eles homens e soldados, em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel;
- Retirada total das tropas israelenses da Faixa de Gaza.
E, por fim, a terceira e última fase prevê o início de uma grande reconstrução de Gaza, para minorar os efeitos da guerra.