Harvey Weinstein, o ex-magnata da indústria cinematográfica, foi formalmente acusado de novos crimes sexuais por um grande júri em Manhattan. A acusação, confirmada pelo advogado de Weinstein, Arthur Aidala, e pela promotora Nicole Blumberg, adiciona mais complexidade ao histórico já conturbado de um dos nomes mais influentes de Hollywood.
Os detalhes exatos das acusações ainda estão sob sigilo e serão revelados somente quando Weinstein for formalmente indiciado. Sabe-se, entretanto, que as novas acusações envolvem alegações de três mulheres diferentes, todas relatando agressões sexuais.
O caso Harvey Weinstein
Os promotores começaram a apresentar essas novas acusações ao grande júri em agosto de 2024. Embora as três acusadoras não tenham sido identificadas publicamente, suas alegações foram descritas em detalhes durante uma audiência recente. Uma das mulheres alega ter sido agredida sexualmente em um prédio residencial em Manhattan entre 2005 e 2006. Outra denúncia aponta para uma agressão sexual ocorrida em um hotel na região de Tribeca, em maio de 2016. A terceira vítima alega que foi atacada por Weinstein no Tribeca Grand Hotel em 2006.
Essas novas alegações complicam ainda mais a situação jurídica de Weinstein. Apesar de não estarem relacionadas aos casos de Jessica Mann e Mimi Haley, já conhecidos do público, os promotores querem combinar todas as acusações em um julgamento previsto para novembro. A promotora Nicole Blumberg declarou que estão preparados para seguir com todas as acusações, incluindo as novas, no próximo julgamento.
Arthur Aidala, advogado de Weinstein, criticou essa combinação de casos, alegando falta de clareza e equidade. Segundo ele, a defesa precisa de mais tempo para entender e preparar-se para as novas acusações.
O veredito do juiz
O juiz Curtis Farber tem a difícil tarefa de decidir se as acusações antigas e novas serão combinadas em um único julgamento. Ele mencionou que ainda é cedo para tomar uma decisão definitiva. Há uma audiência agendada para a próxima quarta-feira, onde serão discutidos o estado de saúde de Weinstein e outras questões processuais.
Os promotores se opuseram ao pedido de Weinstein para permanecer em um hospital fora da penitenciária de Rikers Island. O juiz Farber determinou que ele pode ficar em uma ala prisional dentro do hospital ou em uma área não prisional, caso seja clinicamente necessário. Caso Weinstein esteja em condições de comparecer à próxima audiência, espera-se que ele seja indiciado formalmente pelas novas acusações.
Condenações anteriores
A história judicial de Harvey Weinstein já é extensa. Com 72 anos, ele foi condenado em 2020 por ato sexual criminoso de primeiro grau e estupro de terceiro grau, recebendo uma sentença de 23 anos de prisão. No entanto, essa condenação foi anulada em abril de 2024 após uma apelação bem-sucedida.
Weinstein continua detido enquanto apela de outra condenação de 2022 em Los Angeles. Lá, ele foi condenado por três acusações de agressão sexual e sentenciado a 16 anos de prisão. Visto como um símbolo do movimento #MeToo, o caso de Weinstein amplificou a discussão global sobre assédio e abuso sexual na indústria do entretenimento.