Os protestos pela morte de Mahsa Amini, jovem de 22 anos morta sob custódia da polícia do Irã por mau uso de véu, continuam. As iranianas estão unidas e protestam queimando os seus hijabs por todo o país, incluindo a capital Teerã.
Mulheres do Irã removendo seus hijabs enquanto gritam “morte ao ditador” em protesto contra a assassinato de Mahsa Amini, que foi morta por não colocar seu hijab corretamente. pic.twitter.com/qq0n8U6jMB
— Flávio Costa (@flaviocostaf) September 21, 2022
Segundo a imprensa local, a revolta popular começou na última sexta-feira (16), quando as autoridades anunciaram a morte da jovem Mahsa. Na noite desta terça-feira (20), quinto dia de protestos nas ruas, manifestantes entraram em confronto com a polícia, que usou gás lacrimogêneo para dissipar multidões de até mil pessoas, como informado pela agência estatal IRNA.
Os manifestantes, formados por grupos de homens e de mulheres, bloquearam ruas, atiraram pedras na polícia, incendiaram viaturas policias e latas de lixo, como também gritaram palavras de ordem contra o atual governo do presidente Ebrahim Raisi, chamado de “ditador”.
A Organização Hengaw para os Direitos Humanos, registrada na Noruega e que monitora violações de direitos no Irã, afirmou que ao menos 75 pessoas ficaram feridas nos confrontos com a polícia nas regiões curdas do país.
Um assessor do líder supremo do Irã, Ali Khamenei, prometeu uma “investigação completa” sobre a morte de Mahsa Amini durante uma reunião com sua família na segunda-feira (19). Segundo as autoridades, Amini teria sofrido um “ataque cardíaco” depois de ser presa por mau uso de véu. Para as iranianas o uso dos hijabs é obrigatório.