Autoridades internacionais estão se movimentando para evitar que o conflito entre Israel e o Hezbollah resulte em uma guerra total. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou à Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (24), que está trabalhando em uma solução diplomática para as crescentes tensões. A situação se agravou após explosões de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah no Líbano na última semana.
Ainda na mesma semana, Israel anunciou uma “nova fase da guerra” ao norte do país, com foco no Hezbollah. Em resposta, o grupo extremista declarou “guerra indefinida” contra Israel. Bombardeios foram trocados entre o norte de Israel e o sul do Líbano, atingindo até mesmo a capital, Beirute.
O que é uma guerra total?
Uma guerra total é um conflito em que ambos os lados mobilizam todos os seus recursos militares e civis para uma vitória completa. Nesse tipo de guerra, as sociedades e economias dos lados envolvidos podem ser amplamente afetadas. O uso de forças terrestres, aéreas e navais é comum, além das operações cibernéticas e de inteligência.
Esse tipo de guerra geralmente envolve múltiplos fronts e pode causar devastação em larga escala. É um cenário que as autoridades internacionais estão tentando evitar, dado o potencial de catástrofe humanitária.
Por que Israel está atacando o Hezbollah?
Israel justifica seus ataques ao Hezbollah afirmando que o grupo libanês impede que cidadãos israelenses do norte do país retornem às suas casas. Esses moradores foram deslocados por bombardeios do Hezbollah em território israelense desde o ano passado.
A “nova fase da guerra”, chamada “Operação Flechas do Norte”, tem como objetivo expulsar os combatentes do Hezbollah das regiões ao sul do Líbano. O Hezbollah, por sua vez, afirmou que continuará os ataques até que a guerra em Gaza termine.
Israel e Hezbollah estiveram em guerra antes?
O Israel e Hezbollah já estiveram em conflito em 2006, na chamada Guerra do Líbano. O confronto durou cerca de cinco semanas e resultou em perdas humanas e materiais de ambos os lados. A guerra foi desencadeada pelo sequestro de dois soldados israelenses pelo Hezbollah. Desde então, houve várias outras escaladas menores de violência, mas nenhuma com a mesma magnitude. O bombardeio israelense desta segunda-feira (23) marcou o dia mais sangrento no Líbano desde a guerra de 2006.
Qual seria o impacto de uma nova guerra total?
Uma nova guerra total entre Israel e Hezbollah poderia ser ainda mais devastadora do que a de 2006. Os combates poderiam se espalhar rapidamente, desestabilizando ainda mais o Oriente Médio. Outros países da região poderiam ser arrastados para o conflito, transformando uma crise local em uma guerra regional.
Israel estima que o Hezbollah possua agora cerca de 150 mil foguetes e mísseis, alguns com precisão de guiamento, o que coloca todo o território israelense sob ameaça. A defesa aérea de Israel foi reforçada, mas não está claro se seria suficiente para se proteger de uma barragem intensiva.
Como começou a atual troca de agressões entre Israel e Hezbollah?
O atual confronto entre Israel e Hezbollah começou em 8 de outubro, pouco depois de um ataque terrorista do Hamas em Israel. O Hezbollah, em solidariedade ao Hamas, começou a disparar contra posições israelenses na fronteira.
Desde então, os dois lados têm trocado agressões quase diárias, envolvendo foguetes, drones e ataques aéreos. As tensões se intensificaram na última semana após a explosão de dispositivos de comunicação do Hezbollah e o assassinato de um importante comandante do grupo em Beirute.
Quais foram os ataques mais recentes?
Os ataques recentes entre Israel e Hezbollah se intensificaram após a explosão dos pagers e walkie-talkies do Hezbollah. Israel afirma que o Hezbollah dispara centenas de mísseis por dia contra seu território, enquanto bombardeia alvos militares do grupo no Líbano.
Na segunda-feira, bombardeios israelenses mataram mais de 560 pessoas e milhares fugiram do sul do Líbano. Israel diz que tem como alvo locais de armas do Hezbollah, enquanto o Líbano relata que hospitais e centros médicos também foram atingidos.
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