Nesta quarta-feira (25), o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fez um severo discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Ele criticou duramente as propostas de paz apresentadas pelo Brasil e pela China, destacando que tais iniciativas poderiam ser percebidas como tímidas ou insuficientes para um retorno à normalidade e à paz verdadeira.
Zelensky enfatizou a necessidade de um fim definitivo da guerra e questionou as alternativas oferecidas por alguns países. Ele sugeriu que qualquer tentativa de ignorar os pontos fundamentais de uma paz plena e justa poderia indicar um interesse oculto em benefício próprio, semelhante às ações da Rússia sob o comando de Vladimir Putin.
Proposta de paz de Brasil e China para Zelensky
O Brasil, juntamente com a China, planeja retomar as discussões sobre a proposta de paz para o conflito entre Ucrânia e Rússia. As conversas estão previstas para ocorrer em uma reunião com 20 países do Sul Global, marcada para sexta-feira (27), em Nova York.
Celso Amorim, assessor especial da Presidência do Brasil, será o coordenador do encontro. A proposta, que inclui seis pontos principais, visa criar um meio-termo para iniciar negociações diretas de cessar-fogo e promover uma conferência internacional de paz. Contudo, até o momento, a proposta não obteve avanços significativos.
O que inclui a proposta de paz?
A proposta de paz de Brasil e China para a guerra na Ucrânia abrange uma série de princípios fundamentais para alcançar o cessar-fogo. Os seis pontos principais incluem:
- Iniciar negociações diretas entre Ucrânia e Rússia.
- Não expandir os campos de batalha.
- Não aumentar os combates.
- Evitar inflamar a situação.
- Realizar uma conferência internacional de paz apoiada por ambos os lados.
- Aumentar a assistência humanitária e evitar ataques a civis e infraestrutura essencial.
Embora esses pontos tenham sido divulgados após uma visita de Celso Amorim à China, a proposta encontrou resistência por parte de Zelensky, que a rejeitou.
Quais países estão envolvidos nas negociações?
A reunião de sexta-feira em Nova York é especialmente relevante, pois abrange países do Sul Global, deixando de fora majoritariamente as nações europeias que apoiam a Ucrânia. Entre os países convidados para o encontro estão:
- África do Sul
- Egito
- Indonésia
- Arábia Saudita
- Emirados Árabes Unidos
- Vietnã
- Etiópia
- Nigéria
- Colômbia
- México
- Malásia
- Argélia
- Quênia
Esses países, de maneiras variadas, já participaram de negociações sobre o conflito e agora buscarão contribuir para uma solução pacífica que envolva todos os interessados.
O que esperar da reunião em Nova York?
A expectativa para a reunião coordenada por Celso Amorim é grande, especialmente diante da pressão internacional para encontrar uma solução viável e pacífica para o conflito. A ideia é criar um consenso entre os países do Sul Global, formando uma massa crítica que seja capaz de influenciar as negociações de forma efetiva.