Israel concordou em iniciar pausas diárias de quatro horas nos ataques ao norte de Gaza para permitir que as pessoas fujam da destruição. A confirmação foi anunciada hoje (9) pelo governo dos Estados Unidos, que chamou a decisão de “um passo na direção certa“.
Segundo informações da emissora Al Jazeera, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, disse que a primeira pausa humanitária seria comunicada nesta quinta-feira (9), acrescentando que Israel se comprometeu a anunciar cada janela de quatro horas com pelo menos três horas de antecedência.
“Os israelenses nos disseram que não haverá operações militares nessas áreas durante a pausa, e que esse processo começa hoje”, declarou Kirby.
Mais cedo, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse aos repórteres que pediu a Israel uma “pausa de mais de três dias” durante as negociações sobre a libertação de alguns reféns detidos pelo grupo extremista Hamas, mas descartou as chances de um cessar-fogo geral.
Kirby em seguida deixou claro que não haveria cessar-fogo entre Israel e o Hamas, alegando que isso ajudaria o grupo palestino a “legitimar o que fizeram” em 7 de outubro, e que “simplesmente não vamos tolerar isso neste momento”.
Durante uma ligação na segunda-feira (6), Biden também pediu ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que instituísse pausas diárias. Quando questionado se estava frustrado com Netanyahu devido aos atrasos na instituição de pausas humanitárias, o presidente estadunidense afirmou: “Demorou um pouco mais do que eu esperava”.
Israel reforçou que não concordou com nenhum cessar-fogo, mas continuará a conceder pausas breves e concentradas para permitir a entrada de ajuda humanitária. “Não há cessar-fogo, repito, não há cessar-fogo. O que estamos fazendo, essa ‘janela’ de quatro horas, são pausas táticas e locais para ajuda humanitária”, garantiu o porta-voz do exército israelense, tenente-coronel Richard Hecht.
Taher Al-Nono, conselheiro político do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, disse na quinta-feira que as negociações não especificadas continuam, e que nenhum acordo foi firmado com Israel até agora.