Jovem da Ucrânia conta fuga para a Polônia após Rússia atacar sua cidade

“Espero que realmente a Ucrânia consiga se defender do exército russo e em algumas semanas eu possa voltar, mas não sei se será possível, porque minha casa foi destruída com as bombas e os tanques.”

Jovem da Ucrânia conta fuga para a Polônia após Rússia atacar sua cidade
Com sua irmã e mãe o jovem fugiu e chegou em Varsóvia, no domingo (27), capital da Polônia (Créditos: Sean Gallup/Getty Images)

Com fortes barulhos, Igor acordou no primeiro dia do ataque da Rússia à Ucrânia, às 5 horas da manhã e tentou olhar pela janela de sua casa e não viu nada. Pegou seu celular e começou a ver as notícias: as tropas da Rússia tinham chegado na cidade, próxima a Kiev.

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Com sua irmã e mãe o jovem fugiu e chegou em Varsóvia, no domingo (27), capital da Polônia, e contou à CNN sua experiência. “Acabou ficando perigoso demais ficar por lá, então fugi com minha família. Foi longe e difícil conseguir chegar aqui, três dias. Tomando ônibus e algumas aventuras, para mim, minha irmã e mãe”, afirmou.

Homens entre 18 e 60 anos foram proibidos pelo presidente Volodymyr Zelensky, a deixar a Ucrânia, por esse motivo seu pai não conseguiu ir. “Estou muito triste com isso. Espero que realmente a Ucrânia consiga se defender do exército russo e em algumas semanas eu possa voltar, mas não sei se será possível, porque minha casa foi destruída com as bombas e os tanques.”

“Os meus amigos ficaram na Ucrânia e agora não podem sair do país, então talvez consigam se tornar refugiados em algum, porque há bombas e tanques por todas as partes, as ruas e vias estão destruídas. Eu tenho um amigo e ele e sua família se armaram, ficaram e casa e estão muito assustados. Eu espero que ele sobreviva e os meus parentes que ficaram em Kiev e em outras partes da Ucrânia sobrevivam também.”

Entendendo o conflito

Depois de meses da escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia atacou o país do Leste Europeu. Na manhã da quinta-feira (24), as forças russas deram início ao bombardeio em diversas regiões do país.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizou uma “operação militar especial” na região de Donbas (ao Leste da Ucrânia, onde se encontra as regiões separatistas de Luhansk e Donetsk, as quais ele reconheceu independência).

Nas horas seguintes, o que se viu, foi um ataque a quase todo o território da Ucrânia, com diversas explosões em inúmeras cidades, incluindo a capital Kiev. Segundo autoridades ucranianas, dezenas de mortes foram confirmadas nos exércitos dos dois países.

Em seu pronunciamento antes do ataque, Putin justificou sua ação ao afirmar que a Rússia não poderia “tolerar ameaças da Ucrânia”. Putin recomendou aos soldados ucranianos que “larguem suas armas e voltem para casa”. O presidente russo disse ainda que não iria aceitar nenhum tipo de interferência estrangeira. Esse ataque ameaça desestabilizar a Europa e envolver junto os Estados Unidos.

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Em torno da Ucrânia, a Rússia vem reforçando seu controle militar desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. Os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não tiveram êxito, nas últimas semanas.

A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de seguranças no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.

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