crimes políticos

Julgamento do primeiro-ministro de Israel por corrupção é retomado

Por se tratar de um caso “não-urgente”, o processo foi pausado em 7 de outubro, devido ao início do conflito entre o país e o grupo terrorista Hamas

O julgamento do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi retomado nesta segunda-feira (4). Por se tratar de um caso "não-urgente", o processo foi pausado em 7 de outubro, devido ao início do conflito entre o país e o grupo terrorista Hamas.
(Créditos: Getty Images)

O julgamento do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi retomado nesta segunda-feira (4). Por se tratar de um caso “não-urgente”, o processo foi pausado em 7 de outubro, devido ao início do conflito entre o país e o grupo terrorista Hamas. Porém, na última sexta-feira, o ministro da Justiça israelense, Yariv Levin, declarou a reabertura das operações normais dos tribunais, após a expiração do efeito suspensivo.

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O processo foi aberto em 2020, mas, devido à pandemia de Covid-19 e disputas entre a defesa e promotoria, foi adiado repetidamente. O político é acusado de corrupção, fraude, suborno e quebra de confiança em diversas situações, identificadas como “Caso 1000”, “Caso 2000” e “Caso 4000”.

Acusações

O “Caso 1000” refere-se ao recebimento de presentes, como champanhe e charutos, tanto por Netanyahu, quanto por sua esposa, Sara, em troca de favores políticos. O produtor de Hollywood, Arnon Milchan, e o bilionário australiano, James Packer, constam entre os acusados do suborno.

Há também registros do primeiro-ministro solicitando cobertura positiva de seu governo a grandes conglomerados de mídia em troca da benefícios e da limitação de circulação de jornais rivais e críticos a Netanyahu. Esta questão é abordada no “Caso 2000”.

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Já no “Caso 4000”, o mais sério, o israelense é acusado de priorizar o avanço de regulamentações, avaliadas em mais de US$ 250 milhões, a favor de seu amigo e acionista majoritário do grupo de telecomunicações “Bezeq”, Shaul Elovitch. Em retorno, Elovitch garantiria uma cobertura positiva do governo em seus site, “Walla! News”.

Outro ponto discutido é o uso da máquina política por Netanyahu para despistar eventuais problemas legais. O partido do primeiro-ministro, Likud, introduziu um projeto de lei que limita a capacidade do promotor-geral, dono de críticas ao chefe de Estado, de supervisionar acusações feitas tanto aos ministros de Netanyahu, quanto ao próprio mandatário. O documento foi eventualmente retirado, porém levantou dúvidas e instigou protestos da população, contra a interferência no judiciário.

Defesa

O mais longevo primeiro-ministro de Israel nega qualquer acusações, e ainda alega ser uma vítima de “caça às bruxas” por parte das oposições políticas e veículos midiáticos liberais. O ministro da Cooperação Regional, David Amsalem, também saiu em defesa de Neatanyahu: “Guerra? Sequestrados? Evacuados? Economia? Não e não… O que é mais importante agora é renovar o julgamento de Netanyahu e envolver o primeiro-ministro de Israel com os testemunhos infundados e ninharias delirantes”, escreveu no X.

Benjamin Netanyahu não é obrigado a renunciar o cargo, a não ser que seja condenado de seus crimes em todas as instâncias. O governo também, há alguns meses, aprovou uma lei que proíbe que os tribunais decidam se um primeiro-ministro é apto para liderar o país.

A questão é que a forma com que Netanyahu vem tratando a guerra entre o Hamas e Israel prejudicou muito sua imagem, já manchada pelos diversos escândalos, com o povo do país, que o culpa pela morte de 1.200 pessoas, além dos mais de 200 reféns.

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