
O presidente da Venezuela Nicolás Maduro disse, nesta quarta-feira (31), que seu partido está pronto para compartilhar as contagens de votos da eleição realizadas no domingo (28). O político também pediu que o Tribunal Superior do país garanta que todos os partidos façam o mesmo.
Em seu pronunciamento, Maduro ainda responsabilizou os líderes da oposição, María Corina Machado e Edmundo González pelo “ataque criminal” com “intenção de golpe de Estado utilizando o processo eleitoral”.
O presidente da Venezuela fez um apelo eleitoral à Câmara Eleitoral do Supremo Tribunal de Justiça para averiguar os resultados da votação, solicitando a convocação de instituições, partidos políticos e candidatos para depor. De acordo com o Conselho Nacional Eleitora, Maduro venceu com 51,2% dos votos.
A oposição, por outro lado, avalia que o Supremo Tribunal de Justiça, com seus 20 juízes, pende aos interesses do Poder Executivo.
Por exemplo, em janeiro, a Câmara Político-Administrativa considerou inadmissível o recurso apresentado pela líder da oposição, Maria Corina Machado, que buscava suspender os efeitos da sanção administrativa aplicada pela Controladoria-Geral da República, a qual a impedia de disputar cargos eletivos.
A decisão do Tribunal determina que a inabilitação de Machado para concorrer a cargos públicos tem duração de 15 anos, iniciando-se em setembro de 2021.
“Paciência está se esgotando”: EUA cobra Maduro
O governo dos Estados Unidos se manifestou contra a falta de transparência no processo eleitoral da Venezuela também nesta quarta-feira (31). Além disso, o porta-voz do governo dos EUA para assuntos de segurança, John Kirby, cobrou a apresentação dos boletins de urna do CNE.
“A nossa paciência e a da comunidade internacional estão se esgotando enquanto aguardamos que as autoridades eleitorais venezuelanas se esclareçam e divulguem os dados detalhados sobre esta eleição”, disse.
O representante também reforçou que Centro Carter, observador internacional fundado pelos Estados Unidos, divulgou um relatório informando que “a eleição presidencial de 2024 na Venezuela não atendeu aos padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada democrática”.