MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Mundo ultrapassou limite do aquecimento global, diz estudo com esponjas

Especialistas defendem a necessidade de agir urgentemente para mitigar os impactos do aumento da temperatura na Terra

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Aquecimento global ultrapassou os limites críticos, sugere estudo com esponjas – Crédito: Jorge Araujo/FotosPúblicas

Cientistas realizaram um estudo com esponjas coletadas em Porto Rico, no leste do Caribe, para calcular 300 anos de temperaturas oceânicas. Eles concluíram que o mundo já ultrapassou um limite crítico de aquecimento global e está se aproximando de outro. A informação é da CNN.

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Publicado na revista Nature Climate Change nesta segunda-feira (5), o estudo despertou controvérsias devido a incertezas e limitações. Alguns cientistas questionam a representatividade global das amostras de esponjas.

Apesar das discordâncias, especialistas defendem a necessidade de agir urgentemente para mitigar os impactos das mudanças climáticas.

O professor de geologia na Universidade Estatal de Indiana e coautor do estudo, Amos Winter, espera que a pesquisa incentive as pessoas a agirem. “A princípio, esperamos que isto faça-nos agir agora e não esperar que algum desastre aconteça para mudarmos os nossos hábitos”, disse à CNN.

O que o estudo com esponjas diz?

A partir de amostras de esclerosponjas, cientistas calcularam as temperaturas oceânicas há 300 anos. Eles sugerem que o aquecimento global pode ter começado mais cedo do que se pensava, elevando a temperatura média global em mais de 1,5 graus Celsius desde os níveis pré-industriais.

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Dessa forma, os autores defendem a redefinição da era pré-industrial para 1700 e 1860, indicando que o aquecimento global começou mais cedo do que se pensava.

Isso implicaria que o mundo já aqueceu pelo menos 1,7 graus. Além disso, este aumento pode levar a um aquecimento superior a 2 graus até o final da década, contrariando os objetivos do Acordo de Paris.

O panorama geral é que o aquecimento global e a necessidade urgente de reduções de emissões para minimizar o risco de mudanças climáticas perigosas foram antecipados em pelo menos uma década. Portanto, esta é uma grande mudança na forma de pensar sobre o aquecimento global”, afirmou Malcolm McCulloch, principal autor do estudo e geoquímico marinho da Universidade da Austrália Ocidental, em uma coletiva de imprensa.

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Alguns cientistas discordam

Em contrapartida, vários cientistas questionaram as conclusões do estudo devido à utilização de amostras de esponjas de um único local nas Caraíbas para representar as temperaturas globais.

Além disso, eles argumentam que estimar a temperatura média global requer dados de múltiplos locais, dada a variabilidade climática.

Alguns cientistas consideram a interpretação exagerada em termos de metas de aquecimento global. Contudo, Winter defende que as mudanças de temperatura na região das Caraíbas refletem as mudanças globais. “É provavelmente uma das melhores áreas se estivermos tentando descobrir a média global da Terra. As temperaturas dos oceanos na região são predominantemente afetadas pela poluição que aquece o planeta, e não pela variabilidade climática natural como o El Niño“, afirmou.

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Independentemente da base para medir o aquecimento global, os especialistas concordam que os impactos continuarão piorando com cada fração de grau de aquecimento.

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