Durante uma audiência no Vaticano, o Papa expressou sua gratidão, em abril de 2022, a Orbán pela proteção que a Hungria oferece aos ucranianos que fogem da guerra com a Rússia.
Apesar disso, os dois líderes têm opiniões opostas em vários pontos. Orbán é ultranacionalista e defende uma “Europa cristã”, assim ele justifica a sua política severa contra a migração muçulmana. Já o pontífice defende uma distribuição justa nos países da União Europeia de todos os que fogem das guerras e da fome.
O primeiro-ministro húngaro quis manter os laços com Moscou e se abstém de criticar o presidente russo Vladimir Putin, além de se recusar a enviar armas para a Ucrânia.
Além disso, o Papa tem um encontro marcado com os refugiados ucranianos em Budapeste, capital do país. Ele reiterará a eles sua posição a favor da paz, apesar do fracasso dos esforços de mediação da Santa Sé até agora.
Refugiados de guerra
Na próxima sexta-feira irei a Budapeste, na Hungria. Será também uma viagem ao centro da Europa, onde continuam soprando os ventos gelados da guerra, enquanto os deslocamentos de muitas pessoas colocam na ordem do dia questões humanitárias urgentes.
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) April 23, 2023
Desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia, em fevereiro de 2022, mais de um milhão de ucranianos cruzaram a fronteira e 35.000 solicitaram status de proteção temporária, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
“Nossa posição é próxima à do Vaticano: cessar-fogo imediato e negociações de paz”, afirmou o embaixador húngaro na Santa Sé, Edward Habsburgm, à AFP. “Meu país realiza a maior ação humanitária de sua história, oferecendo moradia, educação e trabalho para aqueles que desejam ficar conosco”, completou Habsburgm.
Além disso, o diplomata reconheceu que os “refugiados de guerra” são tratados de forma diferente dos “imigrantes ilegais”, uma política denunciada como discriminatória.
A saúde do Papa, que tem 86 anos, será constantemente monitorada durante sua estadia em Budapeste. Faz cerca de um mês que o pontífice ficou internado por bronquite.
A ida do Papa Francisco à Hungria será sua 41ª viagem internacional. Nela, ele realizará seis discursos e presidirá uma missa ao ar livre no domingo. O pontífice também se encontrará com pessoas pobres, jovens, membros da igreja local e representantes dos setores acadêmico e cultural. Ele é o segundo Papa a visitar a Hungria. O primeiro foi João Paulo II em 1991 e 1996.