
Nesta terça-feira (4), a Eslovênia reconheceu a Palestina oficialmente enquanto Estado próprio. O país segue a tendência de outros membros da União da Europeia, como Irlanda e Espanha, após o parlamento nacional aprovar a medida que já havia sido anunciada pelo governo na última semana.
O primeiro-ministro Robert Golob divulgou a decisão através de uma postagem na rede social X. “O reconhecimento da Palestina como um Estado soberano e independente envia esperança ao povo palestino na Cisjordânia e em Gaza”, escreveu. A Eslovênia optou por respeitar as fronteiras estabelecidas pela resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) ou os eventuais limites criados em um futuro acordo de paz entre Israel e Palestina.
Países europeus reconhecem a Palestina
Espanha, Irlanda e Noruega haviam declarado seu reconhecimento conjunto sobre a Palestina no dia 22 de maio. A medida foi uma estratégia para pressionar Israel a desagravar o conflito. De acordo com o Hamas, mais de 36 mil pessoas foram mortas em Gaza.
No caso da Eslovênia, o reconhecimento do território passou pelo Parlamento com 52 aprovações dos 90 membros. A oposição do governo se ausentou da sessão para boicotar a votação. O argumento do partido direitista Partido Democrático Esloveno (SDS, em esloveno) é que a decisão beneficia apenas o Hamas.
Por isso, o partido visava adiar a votação por pelo menos um mês. O grupo exigiu uma proposta que precisava de um referendo do primeiro-ministro em uma tentativa de atrasá-lo. O SDS retirou o documento, mas o apresentou novamente no mesmo dia.
O comitê parlamentar de assuntos estrangeiros não reconheceu a proposta. A presidente do Parlamento, Urska Klakocar Zupancic, descreveu a estratégia como um abuso “do mecanismo de referendo”, já que o prazo de 30 dias valia somente para projetos de lei.
Durante a sessão, o presidente do partido opositor, Janez Jansa, saiu do plenário depois de acusar o partido governista de violar procedimentos. Sua opinião, entretanto, não representa a maior parte da população. Uma pesquisa realizada em abril com 600 pessoas do país mostrava que aproximadamente dois terços dos eslovenos apoiava a iniciativa.
Apoio da ONU
Após a decisão da Eslovênia, 146 dos 193 países que fazem parte da ONU reconhecem a Palestina como Estado. Países da Europa Central e América do Norte não fazem parte da lista, mas o punhado inclui o Brasil.
No caso da União Europeia, 11 dos 27 membros emitiram o mesmo parecer. São eles: Eslovênia, Hungria, Suécia, Chipre, Hungria, Polônia, Eslováquia, República Tcheca, Irlanda, Espanha e Bulgária.