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Por que ocorrem tantos terremotos no Japão? Entenda

Posição geográfica em uma região tectonicamente ativa é um dos principais motivos

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Casas danificadas por terremoto no Japão – Crédito: Buddhika Weerasinghe/Getty Images

O Japão foi atingido nesta segunda-feira (1º) por um forte terremoto de magnitude 7,6, gerando alertas de tsunami em toda a costa oeste do país. Fenômenos como o ocorrido são, porém, historicamente comuns no local.

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A frequência de terremotos no Japão é uma consequência direta de sua posição geográfica em uma região tectonicamente ativa. A interação complexa de placas tectônicas, zonas de subducção e falhas geológicas cria um ambiente propício para a ocorrência desses eventos sísmicos, desafiando o país a desenvolver medidas de mitigação e adaptação.

Por que ocorrem tantos terremotos no Japão?

O Japão é uma região geologicamente ativa, sujeita a frequentes terremotos. Essa propensão sísmica é resultado de uma interação de placas tectônicas que moldam o cenário geológico do país.

A localização geográfica do Japão é fundamental para compreender sua atividade sísmica. Situado no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, uma área que circunda o Oceano Pacífico e é caracterizada por intensa atividade vulcânica e sísmica, o Japão encontra-se na convergência de quatro placas tectônicas principais: a Placa do Pacífico, Placa Norte-Americana, Placa Filipina e Placa Eurasiática.

Histórico de terremotos

Em artigo publicado na Revista da USP, Fábio Ramos Dias de Andrade, professor do Departamento de Mineralogia e Geotectônica do Instituto de Geociências da USP, explica que ao longo da história, os danos sempre foram significativos, dada a alta densidade demográfica nas regiões costeiras japonesas. No artigo “Terremotos e tsunamis no Japão“, ele explica que o Japão tem registros históricos de tsunamis e terremotos que remontam a mais de 1.300
anos.

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A convergência de placas cria zonas de subducção, como a Fossa do Japão, onde uma placa é empurrada para baixo da outra. Esses processos tectônicos são fundamentais para o desencadeamento de terremotos. À medida em que as placas interagem, ocorre acúmulo de estresse ao longo do tempo. Quando esse estresse é liberado subitamente, resulta em movimentos tectônicos bruscos, causando os terremotos que são tão comuns no país.

O especialista explica que além das zonas de subducção, o Japão é atravessado por diversas falhas geológicas, sendo a Falha de Nankai uma das mais relevantes. Essas falhas representam locais onde as placas tectônicas se movem lateralmente, liberando energia acumulada e desencadeando terremotos.

A subducção da Placa do Pacífico sob a Placa Norte-Americana é um dos principais motores da atividade sísmica no Japão. Esse processo, no qual a placa mais densa passa por baixo da menos densa, cria um ambiente propício para terremotos de grande magnitude. A energia liberada durante a subducção resulta em movimentos tectônicos significativos, causando grandes terremotos em algumas ocasiões.

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Andrade também afirma que os tsunamis podem ser causados por diferentes processos, incluindo terremotos, deslizamentos de sedimentos em taludes submarinos, erupções vulcânicas, furacões, além de impactos de meteoritos e asteroides. Essa variedade de processos faz com que eles possam ocorrer em praticamente qualquer região costeira do mundo, incluindo as margens dos mares e grandes lagos.

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

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