BRUTALIDADE POLICIAL?

Procuradoria de Paris pede prisão de policial que matou adolescente em blitz

A morte gerou protestos em várias cidades da França; 150 pessoas foram presas na madrugada de hoje (29)

Procuradoria de Paris pede prisão de policial que matou adolescente em blitz
O adolescente foi morto por um policial após escapar de uma blitz, em Nanterre, cidade próxima a Paris, França (Crédito Foto: Reprodução/Twitter)

A Procuradoria de Paris, França, pediu nesta quinta-feira (29) a prisão preventiva do policial que atirou contra um adolescente que furou uma blitz nos arredores da cidade na noite de quarta-feira (27).

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O jovem, de 17 anos e de origem norte-africana, morreu em seguida. A morte gerou uma onda de protestos em ruas dos arredores da capital francesa que já perdura por duas noites. Na madrugada de hoje (29), 150 pessoas foram presas por tumulto, informou o Ministério do Interior.

O procurador-geral de Paris acusou formalmente o policial, que deve responder por homicídio voluntário. O oficial disparou contra o motorista de um veículo após o adolescente acelerar e tentar fugir ao ser abordado pela polícia em Nanterre, cidade a 15 quilômetros de Paris, de maioria trabalhadora.

O presidente francês, Emmanuel Macron, convocou uma reunião com ministros nesta quinta-feira (29), depois que os tumultos se espalharam no país pela segunda noite, em razão do assassinato de um adolescente de ascendência africana pela polícia durante uma blitz de trânsito. Mesmo após as prisões, os protestos se espalharam nesta quinta pelos subúrbios das grandes cidades da França.

O policial está sendo investigado por homicídio por atirar contra o jovem. Os promotores dizem que ele não parou o carro quando foi solicitado durante a abordagem.

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O Ministério do Interior disse na quarta (28) que 2.000 policiais foram mobilizados na região de Paris. Pouco antes da meia-noite, na Avenida Pablo Picasso, em Nanterre, veículos capotados queimavam enquanto fogos de artifício explodiam nas linhas policiais.

A polícia também entrou em confronto com manifestantes na cidade de Lille, no norte, e em Toulouse, no sudoeste. Houve distúrbios em Amiens, Dijon e em vários distritos da região metropolitana de Paris, segundo as autoridades destas cidades.

Grupos de direitos humanos alegam racismo sistêmico das agências policiais na França. O uso da força letal pelos policiais contra o adolescente, de origem norte-africana, vai ao encontro de uma percepção já enraizada em parte da população de que a brutalidade policial é maior nos subúrbios com diversidade étnica em algumas das maiores cidades da França.

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