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“Rainha do lixo” vai a julgamento por crime ambiental na Suécia

O caso envolve 200 mil toneladas de resíduos despejados ou enterrados em 21 locais diferentes entre 2015 e 2020

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Bella Nilsson – Créditos: Reprodução/Youtube

Na Suécia, um dos maiores casos de crime ambiental da história está em plena investigação. Bella Nilsson, conhecida como “rainha do lixo”, enfrenta acusações graves de despejo ilegal de resíduos. Este julgamento não só chama a atenção para a figura da empresária, mas também para a empresa NMT Think Pink, da qual ela foi diretora-executiva.

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O caso envolve 200 mil toneladas de resíduos despejados ou enterrados em 21 locais diferentes entre 2015 e 2020. Além de Nilsson, outros 10 acusados estão no centro deste escândalo que revela a falha na gestão de resíduos e as implicações ambientais decorrentes.

O crime ambiental

De acordo com os promotores, a NMT Think Pink administrou os resíduos de maneira extremamente inadequada. Essas práticas resultaram na liberação de substâncias nocivas, como mercúrio, chumbo e arsênio no ar, solo e água. Em um episódio específico, uma enorme pilha de resíduos entrou em combustão espontânea, queimando por dois meses perto de uma reserva natural.

A defesa de Nilsson, assim como a de Leif-Ivan Karlsson, outro ex-diretor-executivo da empresa, afirma que todas as operações de gerenciamento de resíduos foram feitas dentro dos conformes legais. Karlsson, figura excêntrica que participou de um reality show, também nega qualquer irregularidade.

A Think Pink oferecia serviços de reciclagem e eliminação de resíduos para construtoras, municípios e residências. Não era difícil ver os sacos de lixo rosa da empresa espalhados por Estocolmo, especialmente entre 2018 e 2020. No entanto, as práticas da empresa deixavam muito a desejar no quesito ambiental.

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Relatos apontam que a empresa não classificava os resíduos adequadamente, misturando materiais distintos e abandonando grandes quantidades de lixo sem qualquer tipo de preparação para descarte correto. Isso gerou preocupação tanto entre autoridades como na comunidade local.

Documentos falsificados e implicações financeiras

A investigação trouxe à tona a utilização de documentos falsificados por parte dos acusados. Estes documentos permitiam que a empresa operasse, aparentando estar em conformidade com a legislação. A promotoria busca uma indenização de US$ 25,4 milhões (R$ 140 milhões) para custear a limpeza e descontaminação dos diversos locais afetados.

Thomas Nilsson, ex-marido de Bella e também acusado, alegou não ter responsabilidade, já que deixou de ser diretor-executivo antes de 2015. Apenas a prefeitura de Botkyrka demanda cerca de US$ 12 milhões (R$ 67 milhões) para cobrir os danos e prejuízos. Um incêndio em Kagghamra fez com que a população local, incluindo crianças, ficasse confinada em suas casas devido à fumaça tóxica.

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Linda Schon, promotora do caso, afirmou à BBC que “as próximas gerações pagarão por este crime”. A investigação, que já conta com 45 mil páginas de documentação, pode ser apenas a ponta do iceberg. Embora seja provável que outros locais estejam ainda por investigar, os 21 locais já mencionados são suficientes para demonstrar a gravidade dos crimes.

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