ordem de silêncio?

Trump é multado pela 10ª vez por juiz de Nova York

“Não quero impor uma pena de prisão e fiz tudo o que pude para evitá-la. Mas o farei, se necessário”, afirmou o magistrado 

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Donald Trump – Crédito: Getty Images

Juan Merchan, juiz de Nova York encarregado do primeiro julgamento criminal de Donald Trump, impôs uma multa de US$ 1 mil (cerca de R$ 5 mil) nesta segunda-feira (6). Segundo a autoridade, essa é a décima vez que o republicano viola a ordem de silêncio determinada pelo tribunal. Além disso, o magistrado renovou a ameaça de prisão caso haja mais infrações.

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Em suma, a ordem proíbe Trump de fazer comentários públicos sobre jurados, testemunhas, famílias do juiz e promotores, caso tais declarações tentem interferir no caso. Para o juiz de Nova York, as nove multas aplicadas até agora parecem não ter surtido efeito.

Nesse sentido, a decisão de impor uma nova multa nesta segunda-feira se deu após uma entrevista de Trump na qual ele fez a seguinte afirmação: “Aquele júri foi selecionado muito rapidamente, 95% democratas. A área é principalmente democrata”.

Além disso, ele declarou que as violações persistentes do republicano à ordem de silêncio representam um ataque ao Estado de Direito. “Não quero impor uma pena de prisão e fiz tudo o que pude para evitá-la. Mas o farei, se necessário”, afirmou Merchan.

Vale ressaltar que, na semana anterior, Merchan aplicou multas totalizando US$ 9 mil (equivalente a R$ 45,6 mil) a Trump por nove publicações em redes sociais.

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Ainda, o juiz também avaliou que outras declarações relacionadas às testemunhas Michael Cohen, que é o ex-advogado do republicano, e David Pecker, ex-editor do National Enquirer que admitiu ocultar notícias prejudiciais ao republicano durante a campanha presidencial de 2016, também indicaram desrespeito à ordem judicial.

O que Trump alega sobre as ordens de silêncio do juiz de Nova York

Com frequência, Donald Trump se diz insatisfeito com a ordem de silêncio. Segundo o ex-presidente, ela restringe sua possibilidade de se comunicar com seus eleitores a respeito de seu caso, especialmente considerando sua candidatura à presidência.

Antes da sessão desta segunda-feira, por exemplo, ele afirmou aos jornalistas que a ordem de silêncio viola “seu direito constitucional de falar”. Além disso, Trump aproveitou para reafirmar suas críticas aos promotores, acusando-os de serem aliados de Joe Biden. O ex-presidente sugere, assim, que o caso tem motivação política.

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Por fim, ele também levantou a questão de um possível conflito de interesses por parte do juiz Merchan. Isso porque a filha do magistrado, Loren Merchan, é proprietária de uma empresa de estratégias digitais que prestou serviços para a campanha de Biden e Kamala Harris.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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