
As autoridades turcas teriam detido 33 pessoas suspeitas de espionar em nome de Israel. A Turquia ainda procura por outras 13 pessoas que acredita-se que tenham ligações com o serviço de segurança israelense Mossad, segundo informações da Agência Anadolu. O governo turco já avisou anteriormente que não permitirá que Israel ataque o Hamas dentro das fronteiras da Turquia.
A agência de notícias não forneceu informações sobre os suspeitos, nem sobre os estrangeiros supostamente visados. O relatório surgiu semanas depois do chefe da agência de segurança interna de Israel, Shin Bet, ter dito numa gravação de áudio que sua organização está preparada para destruir o Hamas “em todos os lugares”, incluindo no Líbano, Turquia e Qatar.
De acordo com agência, os suspeitos foram detidos em operações em Istambul e em sete outras províncias. Eles são acusados de planejar e realizar atividades que incluíam “reconhecimento” e “perseguição, agressão e rapto” de cidadãos estrangeiros que viviam na Turquia.
🇹🇷🚔🇮🇱 Segurança turca prende 33 suspeitos de espionar para Israel
No âmbito de uma grande operação turca, 33 suspeitos de espionagem para a inteligência israelense foram pegos em várias regiões da Turquia, reportou a DHA. Mais 13 suspeitos ainda estão sendo alvos de buscas. pic.twitter.com/wN0GBOTshy
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) January 2, 2024
Tensão no Oriente Médio
Após anos de tensão, a Turquia e Israel avançaram no sentido da normalização dos laços em 2022, ao retomarem as relações diplomáticas. Mas essa distensão deteriorou-se rapidamente durante a guerra Israel-Hamas. As autoridades turcas tornaram-se um dos mais fortes críticos das ações militares de Israel em Gaza.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, alertou Israel sobre “sérias consequências” se prosseguir com a sua ameaça de atacar responsáveis do Hamas em solo turco. “Nunca permitiremos que atividades de espionagem sejam realizadas contra a unidade nacional e a solidariedade do nosso país”, disse o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, nas redes sociais.
Relações diplomáticas
Israel inicialmente retirou os seus diplomatas da Turquia por questões de segurança e mais tarde anunciou que estava a chamar os seus diplomatas por razões políticas, citando “declarações cada vez mais duras” de autoridades turcas. A Turquia também retirou o seu embaixador de Israel.
A reação de Erdogan à guerra Israel-Hamas foi inicialmente bastante silenciosa. Mas o líder turco intensificou desde então as suas críticas a Israel, descrevendo as suas ações em Gaza como beirando o “genocídio”. Ele pediu que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fosse processado por “crimes de guerra” e comparou-o ao líder nazista Adolf Hitler.
O líder turco, cujo governo já acolheu vários responsáveis do Hamas no passado, também disse que o grupo palestiniano – considerado uma “organização terrorista” por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia – está a lutar pela libertação das suas terras e do seu povo.