ELEIÇÕES

Bolsonaro afirma ser o único nome viável da direita para 2026

Mesmo impedido de concorrer até 2030, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista concedida do leito hospitalar.
O ex-presidente Jair Bolsonaro publicou uma foto internado em suas redes sociais na sexta-feira (11) – Crédito: Reprodução/X @jairbolsonaro

Mesmo impedido de concorrer até 2030, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista concedida do leito hospitalar ao SBT Brasil na noite de segunda-feira (21), que pretende registrar sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2026. Segundo ele, a decisão depende da avaliação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode barrar ou não o pedido. O político diz acreditar que sua ausência na disputa representaria um retrocesso. “Como pode a maior liderança da direita estar fora da cédula eleitoral? Não tem cabimento”, declarou.

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“População não quer outro nome da direita que não seja Jair Messias Bolsonaro e ponto final”, disse, ao reafirmar sua popularidade junto ao eleitorado conservador. Apesar da inelegibilidade, resultado de decisão judicial, o ex-presidente afirmou: “Quer queira, quer não, eu sou o maior líder da direita na América do Sul”.

O que acontecerá se Bolsonaro insistir na candidatura?

Bolsonaro relatou que pretende formalizar a candidatura no “último momento”, acreditando que, até lá, ganhará força política. “O TSE tem poucas semanas para decidir. Eu acredito que até lá, eu esteja movimentando multidões pelo Brasil”, disse. Em tom crítico, avaliou que a esquerda ainda não possui um nome competitivo. “Se for o Lula, pior ainda. Não tem liderança formada pela esquerda no Brasil”, comentou.

Apesar de se posicionar como o principal nome da direita, ele reconheceu a existência de outras opções no campo conservador. “Esses candidatos têm que começar a rodar pelo Brasil. Fazer realmente o seu trabalho para ganhar simpatia, confiança, da população”, afirmou.

A entrevista foi concedida diretamente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Brasília, onde Bolsonaro está internado há uma semana. Ele se recupera de uma cirurgia abdominal e prevê mais alguns dias de internação. Questionado sobre o motivo de realizar o procedimento na capital federal, explicou: “Seria muito dispendioso para nós essa viagem para São Paulo [se estivesse internado lá]”. Acrescentou que sua esposa está ao seu lado diariamente e que considera a estrutura local mais adequada.

Defesa e críticas ao julgamento no STF

O ex-presidente afirmou que decidiu se manifestar para conter especulações. “Estou enfrentando julgamento político e não técnico”, afirmou. A declaração faz referência ao processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

A Primeira Turma do STF decidiu, em 26 de março, abrir ação penal contra Bolsonaro e outros sete aliados. Eles compõem o chamado Núcleo 1 da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O grupo responde por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolir o Estado democrático de direito, golpe de Estado e dano ao patrimônio público.

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“Como posso deteriorar patrimônio se estava fora do Brasil? Que dano é esse que causei? E golpe de Estado, é brincadeira, golpe de Estado sem liderança, sem tropas, sem arma, em um domingo e sem presidente para destituí-lo no momento. Não tem cabimento para mim e qualquer um que seja”, criticou.

Ainda sobre o processo, Bolsonaro declarou não temer ser preso. “STF vai focar na minuta do golpe e o plano de assassinar autoridade. [Sobre o plano] não posso ficar aí divagando o que acho, não acho disso daí. Isso nunca passou pela minha frente, nunca tomei conhecimento disso”, acrescentou.

No total, 34 pessoas foram denunciadas por crimes semelhantes. A PGR dividiu os investigados em cinco grupos. A partir desta terça-feira (22), o STF começa a julgar os integrantes do segundo núcleo. A lista inclui Fernando de Sousa Oliveira, Filipe Garcia Martins, Marcelo Costa Câmara, Marília Ferreira de Alencar, Mário Fernandes e Silvinei Vasques.

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A análise será conduzida pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma. Estão previstas três sessões: às 9h30 e às 14h de hoje, e às 9h30 de quarta-feira (23). Após ouvir as acusações e defesas, o colegiado decide se os seis denunciados se tornam réus.


Leia também: Bolsonaro não seria o primeiro ex-presidente punido por tentativa de golpe

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