"perseguição seletiva"

Bolsonaro critica julgamento no STF: “tentativa de eliminar a oposição por via judicial”

Bolsonaro acusou o STF de acelerar, de forma seletiva, a tramitação da denúncia contra ele no inquérito sobre o plano de golpe de Estado.
o ex-presidente Jair Bolsonaro – Crédito: Alan Santos/PR/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou nesta quarta-feira (26) o Supremo Tribunal Federal de acelerar, de forma seletiva, a tramitação da denúncia contra ele no inquérito sobre o plano de golpe investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo o ex-mandatário, o processo representa uma “tentativa de eliminar a oposição por via judicial”, impedindo sua participação nas eleições de 2026.

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A crítica foi feita nas redes sociais e reforça a estratégia de Bolsonaro de atribuir motivação política às ações judiciais contra ele. “Estão com pressa. Muita pressa. O processo contra mim avança a uma velocidade 14 vezes maior que o do Mensalão e pelo menos 10 vezes mais rápida que o de Lula na Lava Jato”, escreveu no X. Ele sustenta que há um esforço institucional para retirá-lo do jogo político sem o aval das urnas.

Pressão sobre Bolsonaro avança no Supremo

Nesta tarde, a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, transformar Bolsonaro e outros sete aliados em réus no processo. A acusação envolve ex-ministros, auxiliares e antigos comandantes militares ligados ao governo anterior. O núcleo central da denúncia trata do suposto plano para subverter o resultado das eleições de 2022.

O relator do caso, Alexandre de Moraes, destacou no voto as declarações públicas do ex-presidente usadas como evidência pela PGR. Ao aceitar a denúncia, o STF abriu caminho para que os acusados sejam julgados por crimes que ainda terão pena definida.

A defesa de Bolsonaro tem insistido na tese de que há interferência política por trás das decisões. “Querem impedir que eu chegue livre às eleições porque sabem que, numa disputa justa, não há candidato capaz de me vencer”, declarou.

No plenário do STF, na terça-feira (25), Bolsonaro acompanhou a primeira sessão do julgamento ao lado de parlamentares aliados. Já nesta quarta, assistiu à votação do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho. Para o ex-presidente, o processo representa uma tentativa de inviabilizar sua candidatura por meios jurídicos. “A julgar pelo que lemos na imprensa, estamos diante de um julgamento com data, alvo e resultado definidos de antemão. Algo que seria um teatro processual disfarçado de Justiça – não um processo penal, mas um projeto de poder que tem por objetivo interferir na dinâmica política e eleitoral do país”, afirmou.

Em meio às investigações, Bolsonaro mantém o discurso de que será candidato da direita em 2026. Ele foi declarado inelegível em junho de 2023, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após a reunião com embaixadores em que atacou o sistema eleitoral.

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Ao rebater as decisões judiciais, ele alegou atropelo processual. “A ironia é que, quanto mais atropelam regras, prazos e garantias para tentar me eliminar, mais escancarado fica o medo que eles têm das urnas e da vontade do povo. Se realmente acreditassem na democracia que dizem defender, me enfrentariam no voto, não no tapetão”, escreveu.

Encerrando sua manifestação, Bolsonaro declarou que a comunidade internacional acompanha de perto o andamento do caso. “O mundo está atento” – afirmou nas redes –, citando o que considera uma sequência de ações marcadas por “perseguição seletiva, acusações vagas de ‘extremismo’ ou de ‘ameaça à democracia’ e a tentativa de eliminar a oposição por via judicial”.


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