A operação deflagrada pela Polícia Federal revelou, nesta quinta-feira (8), conversas de Mauro Cid organizando as manifestações golpistas e ataques aos Poderes, em 8 de janeiro.
Os textos incluem diálogos entre o então ajudante de operações de Jair Bolsonaro e o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins, em novembro de 2022. “O pessoal tá querendo a orientação correta da manifestação”, indagou Martins. O major ainda quis confirmar os alvos dos ataques e se as Forças Armadas permitiriam os movimentos. “A pedida é ir para o CN [Congresso Nacional] e STF??”.
Em resposta, Cid confirma o direcionamento e afirma que os agentes de guarda certificariam a permanência segura dos manifestantes. O coronel, em outra ocasião, também solicitou uma estimativa de gastos nos auxílios aos manifestantes, como estadia, comida e materiais. Martins conclui que R$ 100 mil seriam suficientes.
Mauro Cid orientou em quais locais deveriam ocorrer as manifestações golpistas e confirma que as Forças Armadas iriam garantir a operação. Confira trecho da conversa do ex-ajudante de Bolsonaro com o major do Exército Rafael Martins de Oliveira, preso pela PF nesta quinta (8).… pic.twitter.com/58uHsfB16L
— GloboNews (@GloboNews) February 8, 2024
Alexandre de Moraes monitorado
Mauro Cid também mantinha registros de movimentações de autoridades, como o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Em conversa com o ex-assessor especial de Bolsonaro, Marcelo Câmara, Cid perguntava os últimos passos de Moraes, cujo codinome era “professora”.
Sempre que Cid solicitava, Câmara atualizava o posicionamento do ministro, como viagens de Brasília a São Paulo e vice-versa. “Viajou para SP hoje, retorna na manhã de segunda-feira e viaja novamente pro (sic) SP no mesmo dia. Por enquanto só retorna a Brasília pra posse do ladrão. Qualquer mudança que saiba lhe informo”.