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Em mensagens encontradas pela PF, Bolsonaro ordena disparo de fake news

A evidência foi encontrada no celular do empresário Meyer Nigri, fundador da Tecnisa

A Polícia Federal encontrou mensagens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ordenando o disparo de fake news. 
(Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil)

Durante uma investigação sobre possível tentativa de golpe de Estado por parte de alguns dos empresários mais conhecidos do país, em caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições, a Polícia Federal encontrou mensagens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ordenando o disparo de fake news.

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A evidência foi encontrada no celular de Meyer Nigri, fundador da Tecnisa. Ele recebeu o texto encaminhado pelo contato “PR Bolsonaro 8“, que seria de um dos números do ex-presidente, segundo registrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A mensagem contém não só ataques a integrantes do Supremo, como também fake news sobre urnas e pesquisas. As informações são do portal g1.

Troca de mensagens entre Meyer Nigri e Jair Bolsonaro.
(Crédito: Petição 10.543 DF/Reprodução)

O texto cita, ainda, uma suposta fraude – que nunca sequer teve suspeitas palpáveis – e ataca um instituto de pesquisa, dizendo que ele “inflava os números pró-Lula“. O candidato, por fim, saiu vitorioso na eleição. Bolsonaro também ataca a ação do ministro Luís Roberto Barroso de defender o “processo eleitoral como algo seguro e confiável” e trata a defesa do voto eletrônico como “interferência“. A mensagem atribuída ao ex-presidente é finalizada com a ordem “repasse ao máximo“, destacada em caixa alta.

Nigri responde ao contato dizendo “já repassei para vários grupos!“, e se despede com “abraços de Veneza“.

Investigação

Em 2022, o ministro do STF Alexandre de Moraes autorizou a busca e a apreensão de aparelhos telefônicos e outros itens de oito empresários renomados. A decisão foi motivada por conversas pró-golpe – no caso de um resultado desfavorável na eleição – em um grupo de aplicativo de mensagens frequentado por essas pessoas. Na época, o conteúdo havia sido revelado pelo portal Metrópoles.

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Moraes determinou ontem (21) que Luciano Hang, da Havan, e Meyer Nigri permanecessem sob investigação. As acusações aos outros seis alvos foram arquivadas pois, segundo o ministro, embora tivessem “consumido e compartilhado desinformação, o fizeram dentro de parâmetros abarcados pela liberdade de expressão“.

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