O presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Edegar Pretto, anunciou nesta terça-feira (11) o cancelamento do leilão feito pelo governo para a importação de arroz. De acordo com ele, um novo procedimento “mais ajustado” será realizado.
“Pretendemos fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos, para que a gente possa ter garantia que vamos contratar empresa com capacidade técnica e financeira. A decisão é anular este leilão e proceder um novo mais ajustado”, declarou.
O certame foi realizado na última quinta-feira (6), e o resultado já havia gerado suspeitas de irregularidade. Isso porque, das quatro empresas ganhadoras, três não trabalham diretamente com a importação. A única no ramo do comércio exterior seria a Zafira Trading. As outras empresas são uma vendedora de queijos em Macapá, uma fabricante de sucos em São Paulo, e uma locadora de veículos em Brasília. As empresas receberiam, ao todo, R$1,3 bilhão.
Na última semana, o governo federal comprou, em leilão, 263 mil toneladas de arroz por R$ 25 o saco de 5kg, para repassar ao consumidor final por R$ 20. O anúncio da importação do produto é uma resposta às enchentes no Rio Grande do Sul, estado que é responsável por 70% do plantio do grão.
De acordo com o governo, outro certame deve ser realizado após a verificação do atual, com novos parâmetros garantir a contratação de empresas com capacidade técnica e financeira.
Polêmica do arroz e secretário exonerado
A suspensão do leilão para importação de arroz resultou na exoneração do Secretário de Política Agrícola, Neri Geller. O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante uma coletiva de imprensa.
“Hoje [terça-feira], pela manhã, o secretário Neri Geller me comunicou, fez ponderação, quando filho dele estabeleceu sociedade com esta corretora do Mato Grosso, ele não era secretário de político agrícola. Não há fato que desabone ou que gere qualquer tipo de suspeita, mas que de fato gerou, e por isso colocou cargo a disposição”, disse.