grupo contesta versão

Indiciados planejam ofensiva para atribuir culpa a ex-comandante do Exército em tentativa de golpe

Um grupo de militares está preparando uma estratégia para transferir a responsabilidade pelo episódio ao ex-comandante do Exército.
Investigação aponta que Freire Gomes foi um dos dois comandantes de Força que rejeitaram assinar um decreto – Crédito: Isac Nóbrega/PR

Um grupo de militares, investigado pela Polícia Federal por envolvimento na tentativa de golpe de Estado no Brasil, está preparando uma estratégia para transferir a responsabilidade pelo episódio ao general Freire Gomes, ex-comandante do Exército. Fontes próximas ao caso relataram à CNN que a ofensiva busca revisitar o papel do general nos acontecimentos.

Publicidade

De acordo com as apurações da CNN, Freire Gomes foi um dos dois comandantes de Força que se recusaram a assinar um decreto para instaurar um estado de defesa no país. Além disso, teria ameaçado prender o então presidente Jair Bolsonaro caso ele insistisse na medida. O outro comandante que rejeitou a proposta foi Baptista Júnior, da Aeronáutica.

O ex-comandante Freire Gomes foi omisso?

Indiciados, como o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, têm afirmado nos bastidores que a ameaça do general a Bolsonaro nunca ocorreu. Essa narrativa contradiz o que foi revelado anteriormente pela CNN, inclusive com informações de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator.

Cid teria repassado informações diretamente a Freire Gomes, que, segundo fontes, não tomou ações firmes durante os momentos críticos que seguiram a vitória de Lula sobre Bolsonaro. O blog de Caio Junqueira afirma que os críticos disseram que o general manteve uma postura de “resistência passiva“, sem alertar os envolvidos para cessar as articulações que culminaram na crise.

Há também quem diga que sua omissão em desmobilizar os atos em frente aos quartéis poderia configurá-lo como prevaricador. Prevaricação, no Código Penal, é o crime cometido por servidores que deixam de exercer suas funções.

Publicidade

Apoio às manifestações e falta de ação

Outro ponto de tensão é que Freire Gomes assinou, em 11 de novembro, uma nota conjunta com outros comandantes. O texto, segundo militares, teria indiretamente encorajado os manifestantes a continuarem em frente aos quartéis.

Fontes relataram que no dia 29 de dezembro o Comandante Militar do Planalto quis retirar os apoiadores de Bolsonaro do Quartel-General em Brasília. Contudo, Freire Gomes teria impedido a operação, alimentando críticas de que ele dificultou uma solução mais ágil para a crise.

Publicidade

Agora, segundo a CNN, os militares indiciados usam esses episódios para argumentar que Freire Gomes foi, no mínimo, negligente.

Leia também: Bolsonaro não seria o primeiro ex-presidente punido por tentativa de golpe

Publicidade
Siga a gente no Google Notícias

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.