CARGO EM RISCO

Juscelino Filho: entenda a polêmica em torno do ministro que é alvo de denúncias

Ministro foi indicado por Davi Alcolumbre na cota do União Brasil no governo Lula.

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Ministro teria deixado de declarar fortuna em cavalos, usado avião da FAB indevidamente e feito contratos suspeitos para campanha eleitoral (Crédito: Agência Brasil)

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, se tornou figura polêmica no novo governo depois de se tornar alvo de uma série de denúncias. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já afirmou que que deve se reunir com o ministro na próxima segunda-feira (06) e que caso não seja possível provar sua inocência ele deve deixar a pasta. A declaração foi dada em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, do Grupo Bandeirantes.

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Juscelino foi conduzido ao comando do ministério por Davi Alcolumbre, responsável por indicar os nomes do partido União Brasil que fariam parte do governo Lula. O presidente não garantiu a permanência no cargo, afinal esta é a primeira experiência do deputado federal e médico radiologista nas comunicações.

Além das polêmicas pessoais, Juscelino também está no meio de uma disputa política. O União Brasil foi o partido que teve direito a indicar mais ministros atrás apenas do PT. Gleisi Hoffman, presidente da sigla petista, defende a saída imediata do ministro do cargo. Já Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, defendeu que deve-se presumir a inocência dos membros do governo antes de ordenar o afastamento.

Uso de Avião da FAB

Uma das polêmicas envolvendo Juscelino Filho surgiu depois de assumir a pasta das Comunicações. O jornal Estado de S. Paulo divulgou que o ministro teria utilizado uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para voar de Brasília a São Paulo, onde participou de diversos eventos do mercado de cavalos, tema ao qual se dedica. Ele classificou a viagem como urgente mesmo cumprindo apenas duas horas e meia de agenda oficial no território paulista.

Após a publicação, a equipe jurídica de Juscelino publicou nota assinada por dois advogados, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso. “O ministro foi a São Paulo em agenda oficial, com claro interesse público, o que justifica o uso do transporte da FAB, assim como retornou a Brasília em voo solicitado por outro colega ministro. Não houve qualquer ilegalidade por parte do ministro Juscelino nas agendas e, como forma de demonstrar seu zelo com o dinheiro público e seu compromisso com a transparência, o ministro determinou apuração sobre os procedimentos administrativos relacionados à viagem”, dizia o pronunciamento.

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Estrada da família

Juscelino Filho direcionou cerca de R$ 5 milhões de verba do Orçamento Secreto para o asfaltamento de uma estrada de terra em Vitorino Freire, no Maranhão. Ainda de acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, a via em questão passa em frente a oito fazendas que pertencem à sua família em uma cidade em que a irmã é prefeita. Mais R$ 2,5 milhões foram adicionados ao orçamento atendendo a 11 ruas que beneficiaram fazendas e que, de acordo com o ministro, são cercadas por diversos povoados.

Patrimônio não declarado

O ministro também deixou de declarar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) parte de seu patrimônio em cavalos de raça. O valor averiguado chegou a R$ 2,2 milhões. As declarações foram entregues incompletas em 2022, durante sua candidatura para a Câmara dos Deputados, ainda de acordo com O Estado de S. Paulo.

Ele também declarou, no ano passado, R$ 4,457 milhões, sendo que o valor movimentado por ele em 2018 apenas em leilões foi de R$ 4,426 milhões.

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Outros cavalos também foram deixados de lado da contabilização. Eles vivem em uma propriedade em Vitorino Freire registrada no nome da irmã e de um ex-assessor, mas Juscelino Filho é nomeado como o dono das terras nos leilões dos quais os animais participam.

Transporte de pessoas

Juscelino Filho declarou para a Justiça Eleitoral que teria transportado cabos eleitorais em suas viagens de campanha para deputado federal. Os dados do Estadão mostraram que nomes listados incluem uma família de São Paulo que, quando procurada, disse não conhecer o ministro apesar de ter justificado cerca de R$ 385 mil em gastos de Fundo Eleitoral, o que o pai da família disse ser uma fraude.

A equipe de Juscelino disse que apenas parte da equipe eleitoral esteve nos voos.

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Contrato suspeito

O deputado e ministro teria acordado a contratação da consultoria de uma ex-diretora do Tribunal de Justiça do Maranhão que foi condenada por fraude na folha de pagamento. O colunista do portal Metrópoles, Guilherme Amado, publicou que a empresa de Maria Bernadete Carmo Lima recebeu o valor de R$ 73.800 para realizar panfletagem, bandeiragem e carreatas na campanha eleitoral.

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