insegurança alimentar

Mapa da Fome: Brasil tem melhora, mas 8,4 milhões ainda são subnutridos

País foi na contramão das tendências mundiais, indicadores apresentam retrocessos de 15 anos

fome
Levantamento da ONU mostra redução do número de pessoas em situação de insegurança alimentar – Créditos: Canva

A Organização das Nações Unidas divulgou nesta quarta-feira (24) um relatório sobre a fome no mundo. De acordo com o levantamento, a população em situação de insegurança alimentar no Brasil caiu de 32,8% para 18,4% entre 2020 e 2023.

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A redução é de quase metade do número original. Em termos práticos, significa que 70,3 milhões de brasileiros passavam por insegurança alimentar moderada ou grave de 2020 a 2022. Entre 2021 e 2023, 39,7 milhões de brasileiros ainda viviam nesta condição.

Insegurança alimentar moderada descreve a incerteza sobre a capacidade do indivíduo obter alimentos e, consequentemente, precisa reduzir a qualidade e/ou qualidade dos alimentos que consome. Similarmente, a insegurança alimentar grave ocorre quando as pessoas ficam sem comida, passam fome e até mesmo deixam de comer por um dia ou mais.

No caso da insegurança alimentar grave – o país passou de 21,1 milhões de pessoas nesta condição para 14,3 milhões. Ou seja, o Brasil continua no “Mapa da Fome” – de onde tinha saído em 2014 e para onde voltou em 2019.

Desnutrição infantil permanece 

De acordo com o relatório, a taxa de subnutrição entre os brasileiros diminuiu de 4,7% da população no período de 2020-2022 para 3,9% no período de 2021-2023.

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Isso significa que o número de brasileiros afetados pela subnutrição reduziu-se de 10,1 milhões para 8,4 milhões de um relatório para o outro.

Entretanto, a desnutrição aguda em crianças de até cinco anos permaneceu inalterada, afetando aproximadamente 500 mil crianças em ambos os períodos estudados.

Fome mundial piora

O Brasil é exceção na redução da insegurança alimentar. O relatório da ONU aponta que o mundo está distante de cumprir a meta, estabelecida pelas Nações Unidas, de zerar a fome até 2030.

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O estudo indica que houve um retrocesso de 15 anos no combate à fome e à desnutrição. Em 2023, o planeta apresentou os mesmos patamares dos indicadores medidos em 2008.

No mundo inteiro, 733,4 milhões de pessoas passaram fome em 2023 por pelo menos um dia, o que representa 1 em cada 11 habitantes do planeta.

Na África, essa proporção é ainda mais alarmante: 1 em cada 5 cidadãos sofreu com a fome no mesmo ano.

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Incluindo aqueles que enfrentam insegurança alimentar moderada — dificuldade para obter alimentos em quantidade e qualidade suficientes —, 2,33 bilhões de indivíduos foram impactados globalmente.

A América Latina e o Caribe foram as únicas regiões a registrarem queda nos índices de levantamento sobre a fome.

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