ATAQUES TERRORISTAS

“Meu CPF é um, o dele é outro”, diz Lira após STF decidir investigar Bolsonaro

Presidente da Câmara garantiu a responsabilização de deputados que minimizaram ou negaram os ataques ao Congresso.

"Meu CPF é um, o dele é outro", diz Lira após STF decidir investigar Bolsonaro
Presidente da Câmara acompanhou visita de governadora em exercício e interventor federal ao 6º Batalhão da Polícia Militar do DF (Crédito: Divulgação/ Agência Brasília)

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, se eximiu de qualquer ligação com o ex-presidente quando questionado sobre a inclusão de Jair Bolsonaro no inquérito da autoria dos atos terroristas do dia 08 de janeiro. Lira esteve nesta segunda-feira (16) no 6º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, acompanhando a governadora do DF em exercício, Celina Leão e o interventor federal Ricardo Cappelli.

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“Cada um responde pelo que faz. O meu CPF é um, o CPF do [ex-] presidente Bolsonaro é outro. Nossa fala não muda: Todos que praticaram e contribuíram para esses atos de vandalismo devem ser severamente punidos”, declarou à imprensa.

Lira apoiou a candidatura do ex-presidente nas últimas eleições, ocasião na qual perdeu a disputa eleitoral para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em fevereiro de 2021, Arthur Lira também foi eleito presidente da Câmara depois de receber apoio de Jair Bolsonaro.

O pedido para que Bolsonaro fosse incluído no inquérito partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR) e foi acatado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ele é considerado suspeito por incitar os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, por ter postado vídeo questionando o resultado das eleições alguns dias depois dos atos. Ele deletou a publicação três horas depois.

Arthur Lira também falou sobre o posicionamento dos deputados eleitos Nikolas Ferreira (PL-MG), André Fernandes (PL-CE) e Clarissa Tércio (PP-PE). O presidente da Câmara afirma não ter visto, até o momento, indícios de incitação aos atos golpistas de depredação do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e sede do STF.

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“Não vi, nos deputados Nikolas Ferreira, André Fernandes e Clarrisa Tércio nenhum ato que corroborasse com os inquéritos”, afirmou. Neste caso, Lira referia-se ao pedido do Ministério Público Federal (MPF) ao STF para que fosse aberto inquérito, no último dia 11, para investigar a conduta dos políticos. No entanto, o pedido em questão não tratava do deputado Nikolas Ferreira, mas da parlamentar Silvia Waiãpi (PL-AP).

Nikolas e outros cinco parlamentares são, na realidade, alvos de pedido dos advogados do Grupo Prerrogativas, que tentam impedir a posse dos seis deputados sob a acusação de ferir o decoro parlamentar e, conforme crime previsto pelo Código Penal, apoiarem os ataques golpistas ao Estado Democrático de Direito.

Logo após ser alertado da confusão em relação aos pedidos de inquérito, Lira se corrigiu e também revelou já ter conversado com dois dos deputados, Nikolas, Fernandes e Clarissa Tércio, e que ainda hoje deve voltar a falar sobre o assunto com Augusto Aras, procurador-geral da República.

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Segundo Lira, postagens citadas no pedido de investigação foram publicadas até seis meses antes dos atos do dia 08 em Brasília. Por outro lado, o presidente da Câmara avisou que a relativização da gravidade dos atos ou a negação de que a depredação tenha acontecido, serão convocados para prestar esclarecimentos.

“Estes parlamentares que andam difamando com vídeos, dizendo que houve inverdade nas agressões que a Câmara sofreu, serão chamados à responsabilidade. Todos viram as cenas terríveis, violentas, gravíssimas. Eles terão que ser chamados à responsabilidade [porque] um parlamentar eleito não pode divulgar fatos que não condizem com a realidade”, enfatizou Lira.

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