Um estudo recente da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, trouxe à tona preocupações sobre o impacto de medicamentos como o zolpidem, amplamente utilizado para tratar insônia, na saúde cerebral. A pesquisa, publicada na revista científica Cell, sugere que o uso prolongado desse remédio pode estar associado ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
A investigação revelou que o zolpidem pode afetar negativamente o funcionamento do sistema glinfático, responsável por eliminar resíduos cerebrais durante o sono. Esse sistema utiliza o neurotransmissor norepinefrina para facilitar a limpeza do cérebro, incluindo proteínas relacionadas ao Alzheimer. No entanto, o zolpidem interfere nesse processo, prejudicando a depuração natural e favorecendo o acúmulo de substâncias tóxicas ao longo do tempo.
Como o medicamento impacta a saúde cerebral?
Os testes, realizados em camundongos, mostraram que o zolpidem altera a atividade vascular e reduz a eficiência do sistema glinfático. Segundo os pesquisadores, a “arquitetura natural do sono” é essencial para preservar a saúde do cérebro, e a indução artificial do sono pelo medicamento pode prejudicar essa dinâmica.
“A pesquisa fornece uma ligação mecanicista entre a dinâmica da norepinefrina, a atividade vascular e a depuração glinfática, avançando na compreensão das funções restauradoras do sono”, afirmou Maiken Nedergaard, autor principal do estudo. No entanto, os cientistas enfatizam que são necessários estudos com humanos para confirmar os achados.
Alternativas para lidar com a insônia
Especialistas recomendam buscar as causas subjacentes da insônia, muitas vezes relacionadas à ansiedade ou depressão, antes de recorrer a medicamentos como o zolpidem. Caso o uso de remédios seja necessário, é importante que haja uma definição clara sobre o início e o término do tratamento para evitar dependência prolongada.
Além disso, mudanças de hábitos podem contribuir para melhorar o sono de forma natural. Entre as orientações estão:
- Limitar cochilos ao longo do dia;
- Reduzir o consumo de cafeína, especialmente à noite;
- Evitar a exposição prolongada a telas antes de dormir;
- Estabelecer uma rotina regular de sono;
- Garantir a entrada de luz natural no ambiente para regular o ciclo biológico.
Essas práticas, embora possam levar semanas para surtir efeito, são consideradas fundamentais para alcançar uma qualidade de sono duradoura sem o uso prolongado de medicamentos.
Hoje é o Dia Mundial da Doença de Alzheimer. O avô de Gabriel tem 88 anos e Alzheimer em estágio avançado. Todas as manhãs, eles fazem exercícios juntos para retardar a deterioração física e cognitiva causada pela doença. O abraço espontâneo do vovô no neto mostra que o amor… pic.twitter.com/PcDQa241UL
— Ricardo Amorim (@Ricamconsult) September 21, 2023
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