DIAGNÓSTICO PRECOCE

Exame de sangue pode detectar 90% dos casos de Alzheimer, diz estudo

A pesquisa conduzida na Suécia revelou que uma combinação de análises sanguíneas podem detectar placas amiloides no cérebro do paciente

A pesquisa conduzida na Suécia revelou que uma combinação de análises podem detectar placas amiloides no cérebro, sintoma de Alzheimer.
Teste de p-tau217 se mostrou mais eficiente do que os exames clínicos feitos por neurologistas e médicos de atenção primária – Créditos: Canva

Um novo estudo revelou que um exame combinado de sangue pode determinar com 90% de precisão se a perda de memória de um paciente está relacionada à doença de Alzheimer. A pesquisa analisou 1.213 pessoas com idade média de 74 anos que estavam passando por avaliações cognitivas na Suécia.

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De acordo com o estudo, publicado na revista científica JAMA Neurology, neurologistas e outros especialistas em memória diagnosticam corretamente Alzheimer em 73% dos casos. Médicos de atenção primária têm ainda mais dificuldade, com apenas 61% de precisão. Ou seja, um exame capaz de fazer o diagnóstico poderia aumentar as chances de tratamento dos pacientes.

O exame de sangue, que mede a proteína tau 217, conhecido como p-tau217, é combinado com outro biomarcador sanguíneo chamado relação amiloide 42/40. Esse teste é utilizado para detectar a presença de placas amiloides no cérebro, um sinal clássico da doença de Alzheimer, aumentando significativamente a precisão do diagnóstico.

Quais são os benefícios do diagnóstico precoce de Alzheimer?

Identificar a presença de Alzheimer cedo pode fazer uma diferença crucial na qualidade de vida dos pacientes. Os depósitos de amiloide podem começar a se acumular no cérebro décadas antes dos primeiros sintomas aparecerem, muitas vezes durante os 30 ou 40 anos de idade. Um diagnóstico precoce permite intervenções rápidas, incluindo ajuste no estilo de vida e tratamentos preventivos com medicamentos.

Os métodos atuais de triagem para Alzheimer, incluindo entrevistas com pacientes, testes cognitivos breves e tomografias computadorizadas (TC), são muitas vezes insuficientes. Esses métodos têm uma taxa de precisão muito menor comparada com o novo exame de sangue, que poderia simplificar e acelerar o processo de diagnóstico.

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Apesar dos resultados, ainda há um longo caminho pela frente antes que esses testes de sangue estejam amplamente disponíveis. Mais pesquisas são necessárias para confirmar os resultados, e orientações sobre como os médicos devem utilizar esses exames precisam ser estabelecidas. No entanto, os especialistas estão otimistas de que estamos caminhando para uma nova era no diagnóstico da doença de Alzheimer.

A Dra. Maria Carrillo, diretora científica da Associação de Alzheimer, reforça a importância de um exame de sangue de alta precisão tanto para o diagnóstico precoce quanto para o monitoramento da resposta às intervenções. “Ele pode mudar o jogo na velocidade com que podemos conduzir testes de Alzheimer e chegar ao próximo novo medicamento”, afirmou em entrevista à CNN.

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