remédio injetável

Novo medicamento contra colesterol é aprovado pela Anvisa

Com apenas duas aplicações ao ano, fármaco proporciona redução de aproximadamente 50% nos níveis da gordura

colesterol
(Crédito: Canva)

Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para o controle do colesterol ruim, o LDL. O medicamento foi desenvolvido pela Novartis. Segundo a farmacêutica, a incilsirana demanda apenas duas injeções no abdômen ao ano e consegue reduzir em 50% os níveis do composto gorduroso. O fármaco é vendido sob o nome comercial de Sybrava.

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Um dos riscos do colesterol elevado é a aterosclerose, quando o acúmulo da gordura forma placas nas artérias e obstrui o fluxo sanguíneo. A consequência do excesso é a elevação de problemas cardiovasculares como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC). A orientação, especialmente aqueles que já passaram pelos problemas, é manter o colesterol sob controle.

“Manter o colesterol ruim (LDL) controlado é essencial para que um paciente não volte a ter novos eventos cardiovasculares graves como esses, que têm mais chances de acontecerem depois de um primeiro caso”, disse em comunicado Raul Santos, cardiologista do InCor-HCMFUSP, professor associado da Faculdade de Medicina da USP e ex-presidente da Sociedade Internacional de Aterosclerose (IAS).

Como funciona

A incilsirana funciona no organismo limitando a produção da proteína hepática PCSK9. Essa proteína atua promovendo a degradação do receptor de LDL no interior da célula, o que leva ao maior acúmulo da gordura nas artérias. Já com a menor liberação da PCSK9 por meio da ação do remédio, o LDL foi melhor absorvido, e seu nível na corrente sanguínea foi reduzido.

Os principais estudos envolveram mais de três mil participantes e os pacientes tinham um quadro de aterosclerose, mas os voluntários já faziam uso da dose máxima tolerada de estatinas. O embasamento da eficácia da incilsirana são chamados de ORION-10 trial e ORION-11 trial.

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A pesquisa durou aproximadamente um ano e meio, os participantes dos dois testes foram divididos em dois grupos, um recebeu o medicamento, e o outro, um placebo. Os resultados mostraram uma redução de 52,3% no LDL entre os pacientes que não faziam uso das estatinas, e de 49,9% no segundo estudo. Os trabalhos foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine.

“Mesmo mudando o estilo de vida e tomando as medicações mais comuns para o controle do colesterol, muitos desses pacientes que já tiveram um ataque cardíaco ou um derrame não conseguem manter o colesterol ruim (LDL) dentro da meta. Nesse sentido, a inclisirana entra em cena como um avanço para controlarmos o colesterol ruim (LDL) nesses pacientes”, acrescenta o professor Raul Santos.

O medicamento já havia recebido um aval de órgãos reguladores dos Estados Unidos e da União Europeia. Não há ainda previsão para a comercialização no Brasil ou uma possível incorporação no SUS.

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