FUNGOS

O que é esporotricose, a doença transmitida pelos gatos?

Classificada como zoonose, ela não é transmitida de uma pessoa para outra

O que é esporotricose, a doença transmitida pelos gatos?
A doença transmitida por gatosvem registrando aumento no números de casos no Brasil (Crédito Foto: Reprodução/Journal Plos/https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0006434.g001)

A esporotricose, doença – ou micose – que provoca lesões na pele e é causada pelo fungo Sporothrix brasiliensis, está avançando em alguns estados do Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.

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A doença é classificada como zoonose e segue descontrolada, alertou o infectologista Flávio Telles, coordenador do Comitê de Cicotologia da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná), que falou sobre o assuno no 23º Congresso Brasileiro de Infectologia, sediado em Salvador.

Além do fungo Sporothrix brasiliensis, outro causador da doença é o Sporothrix schenckii, encontrado em plantas, palhas, fragmentos de vegetais e fibras, vitimando agricultores e demais trabalhadores rurais. “Atualmente, no Brasil, 90% [dos casos] é pelo brasiliensis, a transmissão felina. Cachorros e humanos não transmitem, só gatos”, reforçou Telles, em entrevista à Folha de S.Paulo. Uma pessoa não transmite para outra.

A zoonose já vinha chamando a atenção da comunidade científica em razão da alta nos casos registrados pelo Brasil. Em 10 anos, houve aumento de 162% na taxa de contaminação no estado do Rio de Janeiro: 579 (2013) para 1.518 (2022), segundo o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação).

A esporotricose é uma doença causada por fungos da família Sporothrix, que são encontrados na natureza, em materiais orgânicos (espinhos, farpas, gravetos, plantas, terra, palha e madeira). Para que haja contaminação, é preciso ter contato com esses materiais e se lesionar, causando a perfuração da pele.

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Os sintomas podem ser uma ferida que não cicatriza e aumenta de tamanho. Ou uma bolinha vermelha, que na sequência apresenta um pontinho de pus, tipo espinha, e a partir daí se forma uma úlcera que pode alargar de tamanho. Ou gânglios periféricos que seguem o caminho linfático.

Os sinais surgem na área do corpo que teve contato com o material contaminado, por isso é mais comum nas mãos, pés, abdome e rosto.

Ainda que sejam transmissores da esporotricose para humanos, os bichanos também são vítimas. Para que os gatos também não sejam contaminados, o melhor é cuidar para que não saiam de casa.

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Embora a esporotricose não seja considerada grave, não cuidar pode comprometer ainda mais o organismo, levando a óbito.

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