USO CONTÍNUO

O que se sabe sobre novo medicamento contra queda de cabelo?

Conhecido pelo nome Olumiant, o medicamento poderá ser usado no tratamento da alopecia areata, doença autoimune que provoca a queda capilar

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no último mês um novo medicamento que propõe solucionar a queda de cabelo.
(Crédito: Universidade de Yale/Divulgação)

As pessoas que se incomodam com a queda de cabelo que sofrem finalmente terão boas notícias, isso porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no último mês um novo medicamento que propõe solucionar o incômodo.

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Intitulado como baricitinibe, e também conhecido pelo nome comercial de Olumiant, da farmacêutica Eli Lilly, o medicamento poderá ser usado especificamente no tratamento da alopecia areata, doença autoimune que provoca a queda capilar.

De acordo com Renata Magalhães, professora de dermatologia da Unicamp e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o medicamento tem recomendação para uso contínuo e apresenta “menos eventos adversos” que outros medicamentos disponíveis no mercado.

Renata explica que o baricitinibe indica “melhor perfil de segurança”, com “menos eventos adversos por ter mecanismo de ação diferente” dos medicamentos atuais, como os corticoides e imunossupressores.

“A alopecia areata é difícil de tratar, com pacientes que podem repilar espontaneamente, e outros mesmo com tratamento prolongado podem não responder. É uma doença de curso imprevisível, e a vinda de novos mecanismos é muito bem-vinda”, destaca a dermatologista.

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Segundo a professora, o tratamento com o medicamento é de uso contínuo, visto que, até o momento, os tratamentos disponíveis para alopecia têm um bom resultado quanto se está usando o medicamento, e quando para, há risco de perder.

Funcionamento do medicamento

O medicamento é um imunomodulador. Ele atua no sistema imune dos pacientes, ajudando a diminuir a ação de uma substância ligada à ocorrência de reações inflamatórias no organismo.

O baricitinibe é um inibidor da enzima Janus quinase. Também chamada de JAK, ela é encontrada na membrana dos linfócitos, fazendo parte dos receptores de moléculas inflamatórias, as citocinas, que, ao se encaixarem, não permitem a ação do sistema imunológico. Então, no organismo, o medicamento impede a reação que culmina na agressão ao folículo capilar.

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O medicamento foi usado em um estudo com 1.200 adultos — inclusive em brasileiros acompanhados na Unicamp — com alopecia areata grave. Em seis meses de tratamento, para 22% dos pacientes, 80% da área do couro cabeludo que tinha ficado pelada foi recoberta.

No mesmo estudo, que durou 36 semanas, foram observados alguns efeitos colaterais de gravidade leve a moderada, como infecção do trato respiratório superior, nasofaringite, cefaléia, acne e infecção do trato urinário.

* Texto sob supervisão de Lilian Coelho.

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