SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

OMS: Calor mata 15 milhões de pessoas por ano

Um relatório publicado pela organização em conjunto com a OMM indicou que essa condição climática é um dos maiores problemas de saúde da humanidade

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(Crédito: Getty Images)

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em conjunto com a Organização Mundial de Meteorologia (OMM), publicou um relatório que indica que o calor mata em torno de 15 milhões de pessoas por ano mundialmente e é considerado uma das maiores questões de saúde da humanidade. E neste sábado, 11, o Brasil inicia um período de agravamento daquela que potencialmente se configura como a onda de calor mais intensa já observada no país, gerando preocupações significativas para a saúde pública.

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Foi indicado pela OMM que 2023 está previsto para ser oficialmente o ano mais quente da história, impulsionado pelas mudanças climáticas e o fenômeno do El Niño que se intensifica progressivamente e deve persistir até abril do ano que vem. De acordo com a instituição Climate Central, nos últimos 12 meses, pelo menos 25% da população mundial foi exposta a níveis perigosos de calor.

Consequências do calor

Foi constatado que as complicações derivadas do calor causam mais óbitos do que todas as demais condições climáticas extremas somadas. Em conjunto a previsão de aumento da temperatura, estima-se um crescimento nos casos de doenças e mortes em consequência dessa variação.

O relatório levantou que entre os anos de 2000 e 2019, 489 mil pessoas morreram anualmente no mundo por conta do calor. No entanto, muitas organizações contestam esse número, uma vez que muitos países não registram da forma correta os óbitos ligados a temperatura. Estima-se que um número mais próximo do real seria pelo menos 30 vezes superior ao indicado, chegando a 14.670.000 mortes. Vale ressaltar que 60 mil pessoas morreram na Europa por conta de uma única onda de calor em 2022.

Os meteorologistas explicam também que essas ondas modificam a química atmosférica. Isso intensifica a poluição do ar, que é atribuída a mais sete milhões de óbitos anuais em todo o mundo. Ainda, especialistas relatam que a mortalidade pelo calor aumenta principalmente porque ele agrava condições médicas pré-existentes e é negligenciado. Como resultado, as pessoas não se protegem como deveriam às temperaturas que estão acima da tolerância do corpo humano.

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Em média, independentemente das demais condições de saúde do indivíduo, a temperatura se torna perigosa quando é superior a do corpo humano, em torno de 36,5 graus Celsius.

Como as pessoas podem se proteger

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), há uma previsão de temperaturas acima do número apontado como tolerável em quase todo o Brasil. Nesse sentido, é importante saber como se proteger dessas ondas de calor.

O primeiro ponto alertado pelos especialistas é que as pessoas não devem subestimar as altas temperaturas que o Brasil está passando. É importante saber também quais grupos são mais sensíveis ao calor, sendo eles: crianças, idosos, diabéticos, obesos, cardíacos, portadores de doenças respiratórias e pacientes renais. Ainda, ressalta-se que, em média, mulheres têm uma tolerância menor por conta de questões hormonais e da distribuição de gordura.

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Quanto as medidas de proteção de fato, especialistas ressaltam alguns pontos:

  • Exercícios não devem nunca ser realizados sob o sol e devem ser evitados nos horários mais quentes. As atividades físicas podem levar a um aumento de até 15 vezes do calor que o próprio corpo produz.
  • As pessoas devem evitar roupas mais escuras, apertadas, fechadas, forradas e com tecidos que dificultem a respiração. Vestimentas de compressão para realização de esportes também devem ser rejeitadas nessas temperaturas. Ainda, óculos escuros e chapéus são necessários.
  • As mãos, devido às glandulas sudoríparas, e o torso, por haver maior superfície, são pontos fundamentais para as pessoas amenizarem o calor.
  • Por fim, em relação ao uso de ar condicionado, a OMS reitera que ambientes refrigerados auxiliam na proteção contra o calor. Mas apenas 13,91% das habitações brasileiras têm esses equipamentos, os quais também aumentam muito o gasto de energia e, consequentemente, a emissão de gases-estufa. Já os ventiladores proporcionam alívio térmico limitado a temperaturas de até 38 graus Celsius, mas tem um consumo energético 50 vezes menor que um aparelho de ar condicionado.

 * Texto sob supervisão de Lilian Coelho

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