Saiba os riscos do jejum de Mayra Cardi para o organismo

Nutricionista e personal trainer Sol Meneghini afirma que a prática traz riscos para a saúde

Riscos do jejum da Mayra Cardi para o organismo
Mayra Cardi (Crédito: Arquivo Pessoal)

Na última quinta-feira (29), a influencer Mayra Cardi revelou em suas redes sociais que ficou sete dias em jejum, descrevendo a experiência como “mágica”, mesmo que ela envolva riscos. Apesar de ter tido acompanhamento profissional, a prática não é vista de forma positiva por todos os especialistas.

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A nutricionista e personal trainer Sol Meneghini aponta que um jejum de uma semana de duração não é nada saudável. “Seja qual for a finalidade da Mayra, ficar sem comer por sete dias não é indicado sob nenhuma circunstância. Pode acarretar vários riscos à saúde, principalmente se isso se tornar um hábito”, descreve.

Ela explica o que pode acontecer no organismo quando a pessoa deixa de se alimentar por vários dias seguidos. “A falta de alimentos atinge principalmente a imunidade da pessoa que está fazendo o jejum. Por consequência, há perda de vitaminas e sais minerais e podem ocorrer desmaios e náuseas.”

Uma dieta baseada unicamente em líquidos também não é uma opção benéfica, de acordo com a nutricionista. “O consumo exclusivo de  líquidos não fornece os nutrientes que nosso corpo precisa para obter energia e funcionar corretamente”, alerta.

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A grelina, popularmente chamada de “hormônio da fome”, é produzida principalmente pelas células épsilon do estômago e do pâncreas quando o estômago está vazio. Elas atuam no hipotálamo lateral e no núcleo arqueado, gerando a sensação de fome. Muita gente faz jejum para tentar equilibrar os índices de grelina no organismo, mas esse controle hormonal só ocorre mesmo com a alimentação.

“Isso significa que, para manter o corpo produzindo os níveis ideais de grelina, a principal ferramenta é comer. Precisamos comer quando temos fome e parar quando nos sentirmos saciados”, acrescenta.

E o jejum intermitente?

Conhecido no meio fitness, o jejum intermitente é uma estratégia comum entre aqueles que desejam emagrecer. O método consiste em intercalar períodos de jejum e de ingestão de macronutrientes – carboidratos, proteínas e gorduras, que costumam variar entre 8, 12, 16 e 24 horas. Sol, contudo, afirma que a prática não é recomendada para todos.

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“O jejum, desta forma, faz com que o corpo utilize a gordura estocada no tecido adiposo em vez da gordura ingerida da dieta, promovendo uma perda de massa gorda. Também existem contraindicações, como indivíduos que sofrem de hipertensão, diabetes, câncer e outras doenças crônicas”, salienta a especialista.

Para quem curte fazer exercícios físicos em jejum pela manhã, é preciso ter cautela. Nem todas as modalidades são adequadas, já que demandam energia extra do organismo.

“O corpo precisa de energia para praticar exercícios e essa energia vem do alimento consumido. As atividades mais indicadas para se fazer em jejum são mais leves, como a caminhada e o ciclismo, uma vez que utilizam prioritariamente a gordura como substrato energético”, destaca. 

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“Porém, é essencial ter cuidado ao iniciar o processo de treino, principalmente se você não tem um bom condicionamento físico. Nesses casos, exercícios de força e explosão não são apropriados.”

Sol ressalta que o acompanhamento de um profissional da área é de extrema importância. “Nenhum jejum deve ser realizado sem a consulta de um nutricionista. Como devo iniciar o jejum? O que devo fazer durante? O que fazer e comer depois de encerrar o jejum? Essas são algumas das perguntas que o indivíduo precisa fazer antes de iniciar esse processo”, completa.

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