escassez

SUS: uma a cada três cidades no Brasil tem menos de um médico para cada mil habitantes

Além de profissionais, falta também estrutura para o atendimento básico em muitas cidades pequenas no país

Dados do Cnes mostram que quase 1.800 municípios brasileiros contam com menos de um médico no serviço público por mil habitantes.
A busca pela especialização também acaba sendo um fator em prol da defasagem no número de profissionais em unidades básicas. (Crédito: SMS/SP)

A escassez de profissionais da Medicina na rede pública de saúde do Brasil não é um problema desconhecido, tampouco recente. É pelos números, porém, que a carência se torna mais expressiva: O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes) mostra que entre todos os municípios brasileiros, quase 1.800 contam com menos de um médico no serviço público por mil habitantes. Isso representa, aproximadamente, uma a cada três cidades no país.

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A situação se torna ainda mais preocupante ao considerar a Atenção Básica. As unidades básicas de saúde (UBSs), ou postos de saúde, abrangem serviços como consultas médicas, vacinação, pré-natal, coleta de exames laboratoriais e tratamento odontológico – o que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), representa cerca de 80% das demandas de saúde que uma pessoa pode ter ao longa da vida.

Além de profissionais, falta também estrutura para o atendimento básico em muitas cidades pequenas, e isso inclui ferramentas para diagnósticos e insumos para tratamentos. Para o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes, é essa precariedade que leva os médicos a evitarem municípios menores.

“O médico precisa de um local com os recursos mínimos necessários para atuar: uma UBS com sala de atendimento, enfermaria, e outros profissionais da saúde relacionados à assistência. Ele deve ter condições adequadas para o exercício da profissão”, afirmou Fernandes ao jornal Folha de S. Paulo.

A busca pela especialização também acaba sendo um fator em prol da defasagem no número de profissionais em unidades básicas. Novos médicos são incentivados a se aprofundarem em áreas específicas e, por isso, tendem a se afastar da Medicina da família – que é voltada à atenção primária.

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