desperdício

Vacinas contra a Covid-19 sem validade deixadas por Bolsonaro são queimadas e geram prejuízo de R$ 1,4 bilhão

Problemas logísticos, falta de uma campanha de imunização eficaz e propaganda antivacina são alguns dos fatores considerados centrais para explicar a perda

vacina-contra-covid-19-bolsonaro
Vacina contra Covid-19 – Créditos: Pixabay

O Brasil teve prejuízo de R$ 1,4 bilhão em vacinas contra a Covid-19 desde 2021 após quase 40 milhões de doses que venceram sem serem utilizadas precisarem ser incineradas. A informação é do g1.

Publicidade

A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem investigado a incineração de insumos médicos. Segundo o órgão, são apurados “possíveis atos de improbidade administrativa, com dano ao patrimônio, pelo descarte de medicações adquiridas pelo Ministério da Saúde que perderam sua validade nos últimos cinco anos“.

O total de vacinas incineradas representa quase 5% do total comprado pelo país. O índice considerável aceitável de descarte de medicamentos vencidos é de até 3%. Em entrevista ao g1, Cláudio Maierovitch, que presidiu a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), destacou que a campanha antivacina do próprio governo federal contribuiu para o cenário.

Houve uma atitude clara do comando do governo de questionar o valor da vacina, de ser contra a vacina, insinuar que eram problemáticas e, de alguma forma, perigosas. Além disso, não houve investimento em campanhas e era até difícil saber quando estava na hora de vacinar quem. As informações eram desencontradas, não havia divulgação”, afirmou.

Em 2021, ano marcado pelo início da campanha de imunização no país, as primeiras vacinas foram descartadas. Esse episódio ganhou proporções ainda maiores em 2022, durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro. No atual governo, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, a situação atingiu um patamar ainda maior, com um aumento significativo na quantidade de vacinas vencidas, culminando em um montante bilionário.

Publicidade

Procurados pelo g1, o assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, afirmou que o ex-presidente não tinha “nenhuma ingerência [interferência] no tema“. Já o ex-ministro Marcelo Queiroga disse que o Ministério da Saúde “tomou todas as providências necessárias para conter a crise sanitária” e que as estimativas de compra de vacina “foram feitas pela área técnica” e que “não compete ao ministro da Saúde fazer essas estimativas“.

A atual gestão do Ministério da Saúde declarou que “herdou um estoque de mais de 157,9 milhões de itens de saúde a vencer até o mês de julho equivalente a R$ 1,2 bilhão“. “Após uma série de ações estratégicas com o compromisso de minimizar as perdas de estoques de insumos, o Ministério da Saúde evitou o desperdício de mais de R$ 251,2 milhões em vacinas. O valor equivale a mais de 12,3 milhões de doses”, escreveu

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

Publicidade

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.