23 MIL ANOS ATRÁS

Mistério sobre pegadas humanas fossilizadas é solucionado em novo estudo

Evidências mais recentes confirmaram idade de vestígios encontrados nos Estados Unidos

Mistério sobre pegadas humanas fossilizadas é solucionado em novo estudo
Impressões em escavações em White Sands (Crédito Foto: Divulgação/USGS)

Um estudo publicado no ano de 2021 afirmou que as pegadas fossilizadas encontradas no Parque Nacional de White Sands, no Novo México, tinham uma idade estimada entre 20 mil e 23 mil anos.

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A descoberta contrariava a tradição, que dizia que os humanos haviam chegado à América do Norte entre 16 mil e 13 mil anos atrás. No último dia 6 de outubro, porém, um novo estudo publicado na revista Science corroborou a estimativa apresentada na pesquisa de 2021.

Jeff Pigati, geólogo pesquisador do Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS), explicou: “A reação imediata em alguns círculos da comunidade arqueológica foi que a precisão de nossa datação era insuficiente para fazer a extraordinária afirmação de que os seres humanos estavam presentes na América do Norte durante o Último Máximo Glacial”.

Outras evidências

Segundo a revista Galileu, no momento da publicação do estudo original, os pesquisadores já estavam buscando maneiras de validar as conclusões com outras fontes de evidência.

Kathleen Springer, geóloga pesquisadora do USGS, afirmou: “Estávamos confiantes em nossas idades originais, bem como nas fortes evidências geológicas, hidrológicas e estratigráficas, mas sabíamos que o controle cronológico independente era fundamental”.

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Impressões em escavações em White Sands / Crédito: Divulgação/USGS

A pesquisa inicial havia determinado as idades por meio da datação por radiocarbono das sementes da planta aquática Ruppia cirrhosa, encontradas nos fósseis. A controvérsia surgiu devido ao fato de que plantas aquáticas podem absorver carbono de átomos dissolvidos na água, em vez de carbono da atmosfera circundante, o que poderia resultar em idades superestimadas para o objeto estudado.

Para validar as evidências, os pesquisadores se concentraram na datação por radiocarbono do pólen de coníferas, proveniente de plantas terrestres.

O estudo concluiu que as três linhas de pesquisa que apontavam para a mesma faixa etária forneciam um sólido respaldo à ideia de que as pegadas tinham entre 21 mil e 23 mil anos de idade.

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Além disso, os pesquisadores conseguiram contextualizar o ambiente da época em que as pegadas foram deixadas, observando que o pólen das amostras era característico de condições glaciais frias e úmidas, em contraste com a vegetação desértica encontrada no local atualmente.

* Confira aqui o estudo completo

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