Uma pesquisa recente do Instituto Alana, realizada pelo Datafolha, revela que nove em cada dez brasileiros não acreditam que as redes sociais protejam crianças e adolescentes na internet. A pesquisa, que entrevistou mais de duas mil pessoas com mais de 16 anos no mês de julho de 2024, trouxe à tona preocupações significativas sobre a segurança dos jovens no ambiente digital.
Segundo o levantamento, 97% dos entrevistados apontaram que as empresas de redes sociais deveriam implementar medidas para aumentar a proteção dos menores. As sugestões incluem solicitar comprovação de identidade dos usuários, melhorar o atendimento para denúncias, proibir publicidade voltada para crianças, acabar com a reprodução automática de vídeos e limitar o tempo de uso dos serviços.
Apesar de não serem mencionadas diretamente na pesquisa, empresas como Meta (Instagram, Facebook, WhatsApp), X (Twitter), ByteDance (TikTok), Snapchat e Google (YouTube) são algumas das gigantes envolvidas no debate sobre segurança digital.
Qual a eficácia da Lei Geral de Proteção de Dados na internet?
Quando o tema é o impacto das redes sociais na saúde, desenvolvimento e segurança das crianças e adolescentes, os dados encontrados são alarmantes:
- 93% acreditam que os jovens estão ficando viciados em redes sociais;
- 92% acham difícil que crianças e adolescentes se defendam sozinhos de violências e conteúdos inadequados;
- 87% concordam que a exibição de propagandas incentiva o consumo excessivo;
- 86% consideram que os conteúdos mais acessados não são adequados para a idade deles.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), criada em 2018, também foi avaliada na pesquisa. Os dados apontam que oito em cada dez brasileiros acreditam que a lei protege menos as crianças e adolescentes no Brasil em comparação com outros países. A falta de credibilidade na LGPD é um reflexo da insegurança sentida pelos brasileiros, tanto nas ruas quanto nos domínios da internet.