Há cerca de dois anos, foi possível presenciar algumas imagem feitas por inteligência artificial (IA) sendo colocadas de ‘penetra’ em competições de fotografia, mas o fotógrafo Miles Astray tomou uma decisão que mudou essa situação. Astray inscreveu uma de suas fotos, tirada em Aruba, no Concurso de Fotografia Colorida do 1839 Awards, em uma categoria feita para imagens geradas por IA.
“Ver minha foto ser pré-selecionado pelo júri foi uma surpresa, pois é sempre uma loteria em um concurso tão grande. Há tantas fotos excelentes competindo. Depois que foi pré-selecionado… pensei que realmente teria uma chance e comecei a fazer campanha pelos votos das pessoas, mas não tinha a mínima ideia de quão longe ou perto eu estava de ganhar até o anúncio”, disse Astray à CNN.
O dilema entre imagens reais e a IA
Após o anúncio dos vencedores, Astray notificou a organização do 1839 Awards que a sua obra era, na verdade, uma foto real, e não uma das imagens criadas por Inteligência Artificial. “Havia preocupações éticas, é claro, então eu esperava que o júri e o público descobrissem que essa provocação à IA e suas implicações éticas superam as implicações éticas de enganar o espectador, o que, claro, é irônico porque é isso que a IA faz” explicou o fotógrafo.
Ver essa foto no Instagram
Em uma postagem no Instagram, Astray falou sobre o impacto que essa ação causou. “Com o conteúdo gerado por IA remodelando rapidamente o cenário digital e, ao mesmo tempo, desencadeando um debate cada vez mais acirrado sobre suas implicações para o futuro do conteúdo e os criadores por trás dele, inscrevi esta foto real na categoria AI do 1839 Awards para provar que a Mãe Natureza e seu os intérpretes humanos ainda podem vencer a máquina e que a criatividade e a emoção são mais do que apenas uma sequência de dígitos.
Depois de ver imagens geradas por IA ofuscarem fotos reais em competições, ocorreu-me que eu poderia distorcer essa história de dentro para fora, como só um ser humano poderia e faria, enviando uma foto real para um concurso de IA.”
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini
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